A Tetra Pak e a García Carrión apresentaram, no mercado espanhol, a primeira embalagem de sumo do mundo com barreira à base de papel, um avanço que substitui a tradicional camada de alumínio e promete reduzir em 43% a pegada de carbono, reforçando a transição da indústria alimentar para soluções de embalagem mais renováveis e recicláveis.
A indústria alimentar acaba de ganhar um novo marco na corrida por soluções de embalagem mais sustentáveis. A Tetra Pak, em colaboração com a espanhola García Carrión, apresentou a primeira aplicação mundial de uma barreira à base de papel especificamente desenvolvida para embalagens de sumos. A tecnologia, agora incorporada na Tetra Brik Aseptic 200 ml Slim Leaf, da marca Don Simón, representa uma etapa decisiva na redução da dependência de materiais fósseis e na diminuição da pegada ambiental do packaging alimentar.
A nova embalagem - já disponível no mercado espanhol - é composta até 80% por papel. Quando combinada com polímeros de origem vegetal, atinge um total de 92% de materiais renováveis. A substituição da camada de alumínio por uma barreira à base de papel permite reduzir a pegada de carbono em 43%, segundo certificação da Carbon Trust.
Este avanço tecnológico coloca a categoria dos sumos entre os setores pioneiros na adoção de embalagens mais ecológicas, respondendo a uma crescente pressão regulatória e social para soluções circulares e de baixo impacto.
Inovação alinhada com a estratégia ambiental da García Carrión
A García Carrión - um dos principais grupos do setor alimentar e de bebidas em Espanha - caracteriza este lançamento como um passo natural no seu compromisso histórico com a sustentabilidade. “Temos orgulho de liderar a transformação para embalagens mais sustentáveis na categoria de sumos”, sublinha José García Carrión, presidente da empresa. O responsável recorda que a companhia, com mais de 135 anos, mantém uma cultura contínua de inovação responsável.
A adoção deste novo material integra a sua Estratégia de Sustentabilidade 360°, reconhecida recentemente com o Prémio Fábricas do Futuro 2024 na categoria ‘Excelência em Sustentabilidade e Economia Circular’.
A camada de barreira à base de papel substitui a tradicional folha de alumínio presente na maioria das embalagens assépticas. Além de reduzir o impacto ambiental, mantém a proteção essencial contra oxigénio, luz, humidade e bactérias - fatores críticos para assegurar a qualidade e a vida útil dos sumos.
A tecnologia foi concebida para garantir compatibilidade com as infraestruturas de recolha e reciclagem existentes. Segundo a Tetra Pak, estas embalagens podem ser recicladas em larga escala onde exista capacidade instalada, e podem até contribuir para otimizar os processos atuais, aumentando a recuperação de fibras e melhorando a qualidade das frações não fibrosas resultantes.
Parte de uma visão mais ampla: embalagens totalmente renováveis e recicláveis
Tatiana Liceti, vice-presidente executiva da Packaging Solutions da Tetra Pak, destaca que a inovação “representa um marco significativo no caminho rumo a embalagens totalmente renováveis e recicláveis”. A responsável sublinha ainda que o projeto demonstra a capacidade de escalar a inovação sustentável para várias categorias alimentares, sem sacrificar funcionalidade ou segurança.
A empresa tem como meta desenvolver “a embalagem mais sustentável do mundo”: totalmente baseada em papel, proveniente de fontes responsáveis, com pegada de carbono mínima e integralmente reciclável.
Percurso começou em Portugal
Embora esta seja a primeira aplicação da barreira à base de papel em embalagens de sumo, a estreia comercial da tecnologia ocorreu em 2023, através de uma parceria com uma empresa portuguesa de laticínios. Essa inovação foi distinguida com o prémio ‘Resource Efficiency’ nos Sustainable Packaging News Awards 2024, validando o potencial disruptivo da tecnologia no mercado global de packaging.
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