O impacto foi severo, especialmente considerando a natureza altamente perecível dos produtos e a automatização das operações. Esta foi a avaliação preliminar feita pela Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) ao apagão registado no dia 28 de abril em Portugal.
A Associação aponta que as linhas de abate, que operam de forma contínua e automatizada, ficaram paralisadas, resultando na rejeição de numerosas carcaças que se encontravam em linha, com números ainda por apurar. A par disso a produção de enchidos ficou comprometida, bem como a fatiagem e embalagem das peças de carne e produtos cárneos, resultando em rejeições muito avultadas. A tudo isto a APIC saliente ainda que que foi um dia em que as empresas tiveram de garantir o salário sem que houve produção e nem vendas e entregas.
Outros pontos a ter em conta:
Segundo a APIC estima-se que, entre as 58 maiores empresas do setor, os prejuízos ascendam a valores entre os 50 mil e os 100 mil euros por empresa e, no caso das 63 pequenas e médias empresas associadas, as perdas estimadas situam-se entre os 10 mil e os 20 mil euros por empresa. Na totalidade, estima-se que as perdas ascendam os sete milhões de euros no setor industrial das carnes.
A Associação afirma que “este episódio expõe de forma alarmante a perda de soberania de Portugal na produção de carne e a vulnerabilidade da indústria nacional face a perturbações energéticas. Lamentavelmente, não se prevê da parte da Administração Pública – nomeadamente da DGAV, ASAE e DGADR – uma atitude de colaboração ou apoio ao setor. Pelo contrário, assistimos frequentemente ao exercício de um controlo excessivo, desproporcionado e, em muitos casos, desprovido de bom senso, que coloca seriamente em causa a capacidade de investimento das empresas”.
Face a isto a APIC apela a que o governo:
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