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Impacto do apagão elétrico de 28 de abril no setor industrial da carne

06/05/2025
Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) deu conhecimento das consequências imediatas e já identificadas deste incidente no setor industrial da carne.
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O impacto foi severo, especialmente considerando a natureza altamente perecível dos produtos e a automatização das operações. Esta foi a avaliação preliminar feita pela Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) ao apagão registado no dia 28 de abril em Portugal.

A Associação aponta que as linhas de abate, que operam de forma contínua e automatizada, ficaram paralisadas, resultando na rejeição de numerosas carcaças que se encontravam em linha, com números ainda por apurar. A par disso a produção de enchidos ficou comprometida, bem como a fatiagem e embalagem das peças de carne e produtos cárneos, resultando em rejeições muito avultadas. A tudo isto a APIC saliente ainda que que foi um dia em que as empresas tiveram de garantir o salário sem que houve produção e nem vendas e entregas.

Outros pontos a ter em conta:

  • A maioria das unidades industriais não dispunha de geradores próprios nem conseguiu alugar equipamentos compatíveis com as suas necessidades energéticas, dada a elevada potência exigida;
  • Será necessário prolongar a semana de produção, prevendo-se abates fora dos dias habituais, com os consequentes encargos adicionais em horas extraordinárias;
  • Em muitos casos, não foi possível cumprir com as entregas aos clientes, resultando em penalizações contratuais.

Segundo a APIC estima-se que, entre as 58 maiores empresas do setor, os prejuízos ascendam a valores entre os 50 mil e os 100 mil euros por empresa e, no caso das 63 pequenas e médias empresas associadas, as perdas estimadas situam-se entre os 10 mil e os 20 mil euros por empresa. Na totalidade, estima-se que as perdas ascendam os sete milhões de euros no setor industrial das carnes.

A Associação afirma que “este episódio expõe de forma alarmante a perda de soberania de Portugal na produção de carne e a vulnerabilidade da indústria nacional face a perturbações energéticas. Lamentavelmente, não se prevê da parte da Administração Pública – nomeadamente da DGAV, ASAE e DGADR – uma atitude de colaboração ou apoio ao setor. Pelo contrário, assistimos frequentemente ao exercício de um controlo excessivo, desproporcionado e, em muitos casos, desprovido de bom senso, que coloca seriamente em causa a capacidade de investimento das empresas”.

Face a isto a APIC apela a que o governo:

  • Crie mecanismos de apoio financeiro específicos, que permitam às empresas adquirir geradores compatíveis com as suas necessidades;
  • Impeça os fornecedores de energia de se eximirem à responsabilidade dos danos causados, uma vez que os prejuízos não são imputáveis às indústrias;
  • Promova um diálogo mais equilibrado entre autoridades competentes e o setor produtivo, que permita reforçar a resiliência e competitividade de uma atividade essencial para o abastecimento alimentar nacional, impondo-se a soberania nacional alimentar.

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