Em consonância com estas iniciativas, a Espanha desenvolveu a primeira estratégia nacional para a indústria dos plásticos, em colaboração com o Ministério da Indústria. Esta estratégia identifica 40 medidas-chave para enfrentar os desafios que o sector enfrenta e reforçar a sua competitividade, centrando-se na circularidade e na redução das emissões.
Para inverter esta tendência, a Plastics Europe apela à redução da burocracia, à simplificação regulamentar e à promoção de investimentos em infraestruturas. A Comissão Europeia promoveu iniciativas como a lei da indústria e a autonomia estratégica, mas o setor exige um maior reconhecimento do seu papel essencial na economia e na transição ecológica.
“A Plastics Europe apoia fortemente a agenda de competitividade e descarbonização da UE e congratula-se com o Acordo Industrial Limpo, no entanto, continuamos profundamente preocupados com o facto de a contribuição essencial do setor europeu dos plásticos para a base industrial da Europa continuar a ser negligenciada”, explicou. O diretor da associação salientou ainda que: “a nossa indústria não pode cumprir as suas ambições de circularidade e de emissões líquidas zero se não formos suficientemente competitivos para investir nesta transição”.
Em seguida, Sergio Giménez, diretor comercial da Aimplas, fez uma apresentação sobre as 10 tendências de desenvolvimento tecnológico e de inovação no setor dos plásticos. Estas tendências vão desde a produção de polímeros a partir da captura de carbono, a extrusão reativa para otimizar os processos de produção, a plastrónica e a impressão funcional, a utilização de biomassa e resíduos agroalimentares para o fabrico de bioplásticos, os compósitos sustentáveis de alto desempenho, a recuperação de resíduos plásticos através da reciclagem mecânica e química e os novos modelos de negócio circulares baseados na reutilização de embalagens e produtos, entre outros.
Estas tecnologias permitirão reduzir o impacto ambiental do setor e melhorar a sua eficiência produtiva, garantindo a sua relevância num mercado cada vez mais orientado para a sustentabilidade. “A inovação nos plásticos é infinita”, afirmou.
Na mesa-redonda, Alicia Martín e Sergio Giménez foram acompanhados por Amaia Bastero, diretora do Centro de Inovação da Dow Pack Studios Tarragona, e Raül Sangròs, diretor da Unidade de Transformação Industrial da UBE. Abordaram o desafio de continuar a investir na circularidade e na descarbonização num contexto de enfraquecimento da competitividade europeia. Além disso, através de projetos concretos, mostraram como a inovação sustentável com plásticos está a ajudar muitos outros setores a avançar nas suas próprias transições, reforçando assim o carácter essencial dos materiais plásticos para a economia e a sociedade.
Sergio Giménez salientou como os desafios sociais, económicos e climáticos serão os principais fatores que impulsionarão a inovação nos próximos anos: “os materiais são um meio necessário para enfrentar estes desafios e, entre eles, o plástico posiciona-se como a melhor opção na maioria dos casos, tanto do ponto de vista da sustentabilidade como do ponto de vista económico. Os plásticos podem, entre outras coisas, aumentar a produção agrícola, otimizar o consumo de água, reduzir o desperdício alimentar ou as emissões de CO2, melhorar a saúde, as telecomunicações ou a eficiência energética”, afirmou o diretor Comercial da Aimplas.
Por sua vez, Amaia Bastero explicou que a Comissão Europeia identificou a competitividade industrial como um fator-chave para alcançar a descarbonização, com investimentos de mais de 100.000 milhões de euros para promover a produção limpa no âmbito da estratégia “Made in Europe”. No entanto, salientou que as empresas do setor enfrentam obstáculos como os elevados custos energéticos e a necessidade de um quadro regulamentar mais homogéneo para facilitar a integração de matérias-primas secundárias e o avanço da reciclagem avançada. Sublinhou que “na Dow já estamos a conceber os plásticos que iremos utilizar no futuro. Estamos a conceber estratégias de conceção ecológica para facilitar a reciclagem de embalagens e para incorporar conteúdos reciclados ou de base biológica em novos produtos. Mas estes produtos têm de ser competitivos, uma vez que o mercado nem sempre está disposto a pagar mais por estes materiais, mesmo que sejam mais sustentáveis. Por isso, precisamos de apoio institucional para inverter esta falta de competitividade”.
Raül Sangròs salientou que o ambiente global e nacional mudou drasticamente nos últimos anos devido à pandemia, ao aumento dos preços da energia e à avalanche de regulamentos sobre sustentabilidade. Neste contexto, a inovação é apresentada como a ferramenta fundamental para manter a competitividade. Na UBE, estão a apostar em soluções que incorporem uma maior percentagem de material reciclado sem comprometer as propriedades do produto final, bem como no desenvolvimento de novos polímeros destinados a facilitar a reciclagem e a reutilização de materiais.
Salientou que o ambiente global e doméstico mudou drasticamente nos últimos anos devido à pandemia, ao aumento dos preços da energia e à avalanche de regulamentos de sustentabilidade. Neste contexto, a inovação é a ferramenta fundamental para manter a competitividade. Na UBE, estão a concentrar-se em soluções que incorporam uma maior percentagem de material reciclado sem comprometer as propriedades do produto final, bem como no desenvolvimento de novos polímeros destinados a facilitar a reciclagem e a reutilização de materiais.
“A indústria dos plásticos na Europa adotou a estratégia de descarbonização e circularidade, mas precisa de mais apoio institucional para ultrapassar a lentidão da resposta do mercado e garantir uma transição justa para produtos externos com padrões mais baixos”.
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