A indústria alimentar, como outras, enfrenta desafios significativos em termos de sustentabilidade, sendo o desperdício e a utilização pouco eficiente de recursos dois problemas base deste desafio. Neste contexto, a economia circular e a capacidade de decisões mais informadas surgem como soluções promissoras, pois promovem a reutilização de recursos, com vista a minimizar o impacto ambiental, e despertam novas soluções para um debate que, sendo antigo, precisa de novas soluções.
Para apoiar estas iniciativas, a transição digital desempenha um papel fundamental no setor alimentar, contribuindo para a redução deste desperdício e para o aumento da sustentabilidade, além de melhorar a saúde financeira do setor.
A economia circular na indústria alimentar envolve estratégias como a reciclagem de resíduos orgânicos para desenvolvimento de produtos como biogás ou fertilizantes, o reaproveitamento de subprodutos de alimentos para novos produtos no setor produtor ou da restauração, ou a utilização de embalagens ecológicas e reutilizáveis.
O investimento em RCD é fundamental para criar novas soluções para o setor, com grande potencial de retorno, tanto pela redução do desperdício, quanto pela criação de novos produtos.
Em Portugal, estima-se que mais de 1,8 milhões de toneladas de alimentos sejam desperdiçados anualmente, o que representa um dos maiores índices de desperdício por habitante nos estados membros. E, na União Europeia, o desperdício anual é de cerca de 60 milhões de toneladas de alimentos. A Comissão Europeia propôs metas vinculativas para reduzir o desperdício alimentar até 2030, incentivando o investimento em RCD.
A indústria de agrotech tem tido um crescimento muito acelerado, com um crescimento previsto de 14 para 32 mil milhões de euros entre 2022 e 2027, com alguns países europeus, como Alemanha, França ou Inglaterra, a liderarem o setor. Estes números são claramente indicativos de que virão aí muitas oportunidades, e de que os players do setor devem estar atentos para se manterem na vanguarda.
As empresas de software e o setor foodtech têm um papel crucial na redução do desperdício e na promoção da sustentabilidade no setor alimentar. A digitalização dos processos permite uma gestão mais eficiente dos recursos, eliminando a necessidade de impressão de menus, tickets de pedidos, faturas e notas de encomenda, só para citar alguns exemplos mais diretos.
Além disso, soluções digitais facilitam o controlo de stock em tempo real, ajudam na previsão de procura e, consequente, adaptação da oferta e permitem a tomada de decisão mais informada.
Uma gestão de stocks digitalizada permite a atuação mais rápida sobre produtos cuja validade está próxima de expirar, reduzindo as quebras. Com tantas oportunidades de evolução digital, o setor tem muito a ganhar.
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