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Startups agroalimentares: exemplos de ideias inovadoras que se tornam negócios

06/11/2024
O ecossistema das startups e do empreendedorismo é uma realidade robusta em Portugal. De norte a sul do país, são múltiplas as iniciativas que ajudam as empresas em fase inicial a crescer. Recolhemos alguns casos que partilhamos consigo.
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São muitas as startups portuguesas focadas no setor agroalimentar e transformação alimentar. Um pouco por todo o país, incubadoras acolhem as empresas em início de atividade, contribuindo para o seu desenvolvimento. Organizações como a Uptec, no Porto, ou a TagusValley, em Lisboa, incubam e atribuem prémios, reconhecendo o valor das startups selecionadas.

Em várias etapas de crescimento, as startups vocacionadas para o setor agroalimentar, desenvolvem ideias inovadoras que podem resultar em empresas de sucesso. Desde o combate ao desperdício alimentar e à fraude alimentar, passando pela inovação em matéria de ingredientes ou novas tecnologias para a criação de alimentos, a imaginação é o limite. Nem todas terão sucesso, mas muitas vão ultrapassar os múltiplos obstáculos e conquistá-lo.

As startups beneficiam da presença em incubadoras, aceleradoras e outros locais onde podem ter acesso quer a instalações para trabalhar, como a mentores e até financiamento para desenvolver as ideias, projetos, pilotos ou produzir as primeiras unidades do negócio. Além disso, as instalações têm habitualmente zonas comuns de coworking, facilitando o trabalho de equipa, a partilha de ideias e, quiçá, levar ao desenvolvimento de novos projetos e parcerias entre as startups incubadas. Aqueles espaços promovem programas de aceleração, atribuem prémios e também financiamento e facilitam o caminho para outros prémios e financiamentos atribuídos por entidades terceiras, como empresas de capital de risco.

Por exemplo, o Food Fab Lab é o serviço de produção partilhada, para a comunidade científica, empresarial e educativa, disponibilizado pelo TagusValley, através da sua unidade de investigação aplicada do setor agroalimentar (INOV.LINEA). Aqui as startups encontram “um espaço multifuncional composto por uma cozinha e uma nave industrial.

No Norte, o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (Uptec) promove a criação e desenvolvimento de projetos empresariais em múltiplas valências, incluindo na área das ciências e tecnologias agroindustriais, através da partilha de conhecimento entre a Universidade e o mercado. Já apoiou, desde 2007, quase 750 projetos que resultaram em 98 empresas.

Também o Governo apoia o empreendedorismo e as startups em Portugal. A Agência Nacional de Inovação (ANI) já premiou mais de 50 projetos e startups, nascidos da investigação académica, em concursos e prémios de inovação nacionais promovidos por entidades como Altice, Crédito Agrícola, BPI, Glintt, PortugalFoods e Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) através do programa Born from Knowledge.

Cell4Food já angariou financiamento ‘seed’ junto da Portugal Ventures e da Insight Venture
Cell4Food já angariou financiamento ‘seed’ junto da Portugal Ventures e da Insight Venture

Um universo muito diversificado

São numerosos os casos de sucesso. Por exemplo, a Cell4Food já angariou financiamento ‘seed’ junto da Portugal Ventures e da Insight Venture. E, em Santarém, a Thunder Foods está a investir 13 milhões de euros na instalação da maior linha de produção de alimentos derivados de insetos em Portugal.

A Cell4Food é uma startup deeptech dedicada à ‘agricultura de células animais para alimentação. Especializou-se em células de peixes, crustáceos e bivalves. Com esta ronda de capital, cujo valor não foi avançado, a Cell4Food continuará a trabalhar na “criação de produtos a partir de células animais, mais sustentáveis, com menor impacto ambiental, maior segurança alimentar e elevado valor nutricional”. Pretende também redimensionar a produção, a inovação alimentar, e criar uma multiplicidade de produtos, sem sacrifício animal. O encaixe realizado irá permitir a aceleração da investigação e o processo colaborativo em curso com a Universidade do Porto (CIIMAR), Universidade dos Açores (CBA), Universidade do Minho (IB-S) e Universidade de Lisboa (IBB IST).

Em Santarém, a Thunder Foods está a investir 13 milhões de euros na instalação da maior linha de produção de alimentos derivados de insetos em Portugal. Segundo a startup portuguesa, este investimento é possível graças à recente injeção de capital de 7,5 milhões de euros na Thunder Foods, juntamente com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A nova unidade bioindustrial será “a maior a nível nacional”, diz a empresa, e deverá “entrar em operação no início de 2026”.

Beeta é um snack de beterraba para atletas de competição
Beeta é um snack de beterraba para atletas de competição

Na Universidade de Lisboa, nasceu o snack para atletas de alta competição, reconhecido com o prémio Born from Knowledge, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito da iniciativa BfK Awards e da parceria com o Prémio Ecotrophelia Portugal, promovido pela PortugalFoods.

O Beeta é um snack de beterraba para atletas de competição. É inovador porque explora todas as propriedades benéficas da beterraba, sendo composto por ingredientes exclusivamente nacionais e selecionados com critério rigoroso para garantir a máxima qualidade e sustentabilidade.

A comercialização deste produto criado por estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, deverá começar no último trimestre de 2024. Além da distinção, a equipa receberá a “Árvore do Conhecimento”, um prémio monetário de 1.000 euros e um voucher para cobrir a viagem da equipa à feira SIAL Paris em Paris, França, que irá decorrer em outubro 2024.

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O Prémio Fab Lab foi atribuído à ProYoGut (Cláudia Maciel, Sérgio Sousa e Professora Paula Teixeira)...
O Prémio Fab Lab foi atribuído à ProYoGut (Cláudia Maciel, Sérgio Sousa e Professora Paula Teixeira). Na categoria de ‘Inovação’ o vencedor foi a KefirCream (Rafaela Dias & Equipa) e na categoria ‘Potencial de mercado’ o prémio foi para o Concentrado de Sopa de Legumes Ultracongelados (André Roseiro e Sónia Marques). O prémio categoria ‘Degustação’ ficou nas mãos da Segredos de Abrantes (Célia Santos) e a menção honrosa foi atribuída à + Mel (João Rosa e Paula Gamito).

TagusValley entrega premios Fab Lab

A INOV.LINEA (Tecnologias Alimentares), do TagusValley, em Lisboa, escolheu recentemente os vencedores da sexta edição do Prémio Food Fab Lab. Participaram 18 startups e foram atribuídos quatro prémios e uma menção honrosa. O Prémio Fab Lab foi atribuído à ProYoGut (Cláudia Maciel, Sérgio Sousa e Professora Paula Teixeira). Na categoria de ‘Inovação’ o vencedor foi a KefirCream (Rafaela Dias & Equipa) e na categoria ‘Potencial de mercado’ o prémio foi para o Concentrado de Sopa de Legumes Ultracongelados (André Roseiro e Sónia Marques). O prémio categoria ‘Degustação’ ficou nas mãos da Segredos de Abrantes (Célia Santos) e a menção honrosa foi atribuída à + Mel (João Rosa e Paula Gamito).

Os vencedores recebem como prémios um conjunto de serviços do TagusValley, para apoiar o desenvolvimento do produto, a sua introdução no mercado ou o lançamento dos primeiros lotes no mercado.

O Prémio Food Fab Lab visa “estimular a inovação e o empreendedorismo no setor agroalimentar, abrindo portas a novos horizontes e oportunidades. Este prémio impulsiona a economia no setor agroalimentar e promove o aparecimento de novos produtos e/ou projetos empresariais”.

Joana S. Paiva, Gonçalo Ramos e Paulo Santos, da Seedsight
Joana S. Paiva, Gonçalo Ramos e Paulo Santos, da Seedsight

Uptec destaca trabalho da Seedsight

O Uptec destacou recentemente a startup Seedsight, como um exemplo do que de bem se faz em Portugal. Incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, tem como objetivo “melhor o processo de decisão na aquisição de matérias-primas de produtos alimentares”, combatendo em simultâneo o desperdício e as fraudes alimentares.

A tecnologia desenvolvida pela startup permite caraterizar a qualidade dos cereais e combater o desperdício da cadeia agroalimentar, dotando-a de conhecimento no processo de aquisição de matérias-primas.

Os modelos da startup preveem uma redução de 8% nos custos relacionados com a triagem do melhor cereal e até 89% no tempo de aquisição dos melhores grãos. Simultaneamente, preveem um aumento de 20% da produtividade na transformação de cereais em produtos finais.

O Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (Uptec) explica que a startup Seedsight pretende dar resposta a um desafio dos sistemas alimentares: “a qualidade, disponibilidade e acessibilidade de alimentos” como cereais e sementes.

O sistema desenvolvido por Joana S. Paiva, Gonçalo Ramos e Paulo Santos, permite caracterizar os cereais, através de análises biomoleculares e biofísicas “de baixo custo e em larga escala”, usando tecnologia de blockchain, deep learning, Inteligência Artificial e sensores óticos.

A startup, que integra também o projeto europeu Epicentr, aponta para a necessidade de aprimorar o processo de produtos, numa altura em que “os custos associados às matérias-primas alimentares, como trigo, milho, arroz, aveia e quinoa, aumentaram entre 18 e 20%”. A Seedsight explica que este aumento se deve, principalmente, “aos desafios em fases iniciais das cadeias de valor, como a ineficiência dos processos de seleção dos grãos, que são demorados e dispendiosos”.

A Seedsight foi selecionada como uma das 100 startups europeias pela Techstars Deep Tech Berlim, onde se encontra em processo de aceleração.

O ecossistema de empreendedorismo na área alimentar está no bom caminho.

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