Informação profissional para a indústria alimentar portuguesa

Temos de mudar a forma como nos alimentamos

Alexandra Costa30/06/2023

A população mundial não para de crescer e há que encontrar soluções que impeçam as pessoas de passar fome. A pensar nisso realizou-se, no Porto, a segunda edição da Dare2Change, organizada pela PortugalFoods, que reuniu cerca de 400 pessoas para debater estes temas e “pensar fora da caixa”.

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Há certas coisas que são inevitáveis, como o crescimento da população mundial. É certo que, em Portugal e nalguns outros países europeus, a tendência aponta para um envelhecimento da população e para uma diminuição da taxa de natalidade, mas há países onde essa tendência não ocorre. E a verdade é que há que encontrar soluções para alimentar todas essas pessoas.

A pensar nisso realizou-se, no Porto, a segunda edição da Dare2Change, organizada pela PortugalFoods. Um evento que reuniu cerca de 400 pessoas, entre alunos, empresas do setor, investigadores e académicos e que tem como objetivo debater estes temas e “pensar fora da caixa”.

A ideia é que a partilha de informação, não só entre universidades, centros de investigação e empresas, mas, e também, entre pessoas de todo o mundo, pode ajudar a olhar para o problema de outra perspetiva. Sobre este tema Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods, aponta que o aparecimento dos Colabs veio acelerar esta temática – apesar de alguns ainda estarem numa fase de arranque. Mas não são os únicos a fomentar o conhecimento e inovação. A responsável pela PortugalFoods lembra que as universidades, os politécnicos e os centros de I&D que existem são muito bons, têm equipas maravilhosas e muito têm contribuído para o crescimento e para a interação universidade/empresa e, no fundo, para aquilo que é a investigação aplicada e a valorização económica do conhecimento. “Os Colabs são mais um elo e mais um ator que surge através de uma dinâmica do antigo ministro da Ciência – Manuel Heitor – e que quis criar estruturas que permitissem ter recursos altamente qualificados ao serviço das empresas”.

A executiva afirmou ainda que o setor conseguiu responder aos desafios colocados pela pandemia, mantendo o seu crescimento a todos os níveis. “Mesmo numa situação de pós-pandemia e, agora, em situação de guerra, a verdade é que o setor tem mantido o seu nível de crescimento, quer seja aquilo que é o seu contributo para as exportações nacionais – com valores até superiores ao que estava a ser partilhado em 2019 – e em termos de inovação, a dinâmica é permanente e contínua, quer seja na presença em grandes projetos mobilizadores”, constata, acrescentando que foi um desafio e realizar esta Agenda Mobilizadora no âmbito do PRR.

“É necessário fazer uma disrupção na forma como comemos”, afirma Paulo Monteiro Lopes, do Colab4food, realçando que a pandemia e a guerra na Ucrânia mostraram a dependência dos mercados. Algo que, a par de uma maior consciência com a sustentabilidade está a levar consumidores e empresas a alterarem os hábitos de consumo. E a fomentar a inovação na apresentação quer de novos produtos, de novas técnicas agrícolas ou mesmo na utilização da tecnologia. Daniel Ramón Vidal, da ADM, por seu lado, apontou outras razões – além das mencionadas – que estão a impulsionar a evolução. “O mundo enfrenta alguns problemas graves, a começar desde logo pela fome que avassala certas regiões”, aponta, realçando que apesar de ser um problema focalizado, nem por isso deixa de ser menos importante. Porque tem de ser resolvido. E referiu ainda a contradição de outras partes do globo passarem por problemas opostos: as pessoas não terem fome, mas sim sofrerem de problemas como a obesidade. O executivo aponta mesmo que, desde 1975, o número de pessoas obsessas existente triplicou, algo que tem um papel importante não só na saúde, como a nível económico.

E não nos podemos esquecer do desperdício alimentar. Se por um lado, nos chamados países desenvolvidos, regista-se um consumo acima das necessidades e um elevado nível de desperdício – as pessoas deixam passar o prazo de validade, a comida não é vendida, etc – já nos países em desenvolvimento o desperdício alimentar ocorre, na maioria das vezes, por estruturas de armazenamento sem as condições adequadas à conservação dos alimentos.

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VIIAFOOD – Agenda Mobilizadora

O setor agroalimentar tem uma Agência Mobilizadora - VIIAFOOD - Plataforma de Valorização, Industrialização e Inovação Agroalimentar -, apresentada no Dare2Change. Marlos Silva, R&D + I director / area leader Digital & Innovation na MC Sonae apontou que o setor movimenta 21 mil milhões de euros, sendo o segundo setor com maior peso no volume de negócio nacional – 6% de peso no PIB nacional e com um valor de 3,5 milhões de euros de valor acrescentado bruto (dados divulgados pela PortugalFoods e INE 2019).

É certo, acrescentou o executivo, que o consumidor hoje tem um maior cuidado com a sua alimentação, procurando comprar produtos mais saudáveis. Mas será que é suficiente? A pensar nesta temática foi esclarecido que a Agenda Mobilizadora – VIIAFOOD – tem como objetivo, por um lado, proporcionar o desenvolvimento de novos produtos, de novas embalagens, permitir uma maior eficiência, mas também a criação de novos processos. Ou seja, “trata-se de promover a transformação estrutural do setor agroalimentar através de quadro grandes tipologias de investimento: em inovação produtiva para estimular a competitividade do setor; I &D possibilitando a transferência de conhecimento para promoção da inovação; qualificação e internacionalização por forma a promover a inovação em mercados internacionais; e capacitação proporcionado formação avançada para melhoria das competências dos profissionais do setor”, explica Marlos Silva.

A VIIAFOOD é uma plataforma que reúne 29 empresas representativas do setor, a que se juntam 20 universidades, centros de I&D, associações e laboratórios colaborativos, num investimento de 113 milhões de euros e com um incentivo de 58 milhões.

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