Informação profissional para a indústria alimentar portuguesa
A investigação contribui para a recuperação de um resíduo poluente e redução do desperdício alimentar

Projeto GO Orleans consegue prolongar prazo de validade do queijo através do uso de soro

Redação Interempresas31/05/2024

Já é possível utilizar o soro de leite, um resíduo gerado na produção do próprio queijo, para prolongar o seu prazo de validade até dez dias. A Federação de Empresas Agroalimentares da Comunidade Valenciana (Fedacova), o Instituto Tecnológico de Plásticos (Aimplas), a Universidade de Valência, a ADM Biopolis e as queijarias Dehesa Dos Hermanas e La Cabezuela conseguiram reintroduzir o soro de leite na indústria do queijo artesanal sob a forma de uma inovadora embalagem ativa natural com propriedades antifúngicas e como ingrediente probiótico para a alimentação animal.

O resultado final do projeto de investigação GO Orleans, um projeto de economia circular, permite reutilizar um produto residual que é atualmente desperdiçado nas pequenas e médias empresas de queijo e que também causa problemas ambientais devido à sua elevada carga orgânica. Graças a este projeto foi possível recuperar o soro de leite para melhorar a conservação do próprio queijo, reduzir o desperdício alimentar e fornecer aditivos probióticos para a alimentação do gado, que contribuem para o bem-estar animal.

A Aimplas desenvolveu um revestimento ativo com propriedades antifúngicas à base de soro de leite que prolonga o prazo de validade dos queijos em 25 a 50%. Este revestimento ativo foi incorporado nas embalagens através de tecnologias de impressão convencionais. A Universidade de Valência trabalhou na seleção de estirpes antifúngicas presentes no soro de leite para obter ingredientes bioativos através da fermentação. Por seu lado, a ADM Biópolis foi responsável pela determinação da capacidade probiótica dos componentes ativos extraídos do soro de leite, bem como pela avaliação da sua incorporação na alimentação animal.
As queijarias La Cabezuela (Madrid) e Dehesa Dos Hermanas (Huelva) forneceram o soro, selecionaram os queijos e validaram a nova embalagem que, além de ser uma das soluções mais eficazes contra o desperdício alimentar, favorece a competitividade das empresas produtoras de queijo e promove a inovação na indústria dos lacticínios.
Nova embalagem de plástico desenvolvida pela GO Orleans a partir de soro de leite
Nova embalagem de plástico desenvolvida pela GO Orleans a partir de soro de leite.
As embalagens ativas naturais permitem colocar no mercado produtos mais saudáveis, feitos sem conservantes sintéticos, e prolongar a vida dos queijos, o que abre novas oportunidades de negócio com clientes em regiões mais remotas. Isto proporciona soluções para as pequenas queijarias, graças à aposta na inovação e na tecnologia.
O projeto GO Orleans responde à necessidade do sector do queijo de aproveitar ao máximo os resíduos, introduzir no mercado novos processos de produção e conservação para manter os produtos frescos durante mais tempo e reduzir o desperdício alimentar. Além disso, também fornece soluções para a necessidade de novos produtos mais naturais com atividade probiótica de alto valor acrescentado para o sector pecuário.

A GO Orleans é um exemplo claro de economia circular e está alinhada com o ODS 9 Inovação industrial e infraestruturas, ODS 12 Produção e consumo responsáveis e ODS 13 Ação climática.

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