Talleres Filsa, S.A.U.
Informação profissional para a indústria alimentar portuguesa

Massas assumem papel importante em todo o tipo de alimentação

Alexandra Costa26/01/2023
São fonte de hidratos de carbono, vitaminas (B1, B2 3 B6), minerais e fibras alimentares, sendo parte integrante da dieta mediterrânica. Adaptam-se a qualquer estilo de vida e são extremamente versáteis. Por isso mesmo não podem faltar lá em casa.
Estudos realizados permitem observar que as massas são um produto importante pelo seu teu teor em hidratos de carbono, vitaminas do complexo B...
Estudos realizados permitem observar que as massas são um produto importante pelo seu teu teor em hidratos de carbono, vitaminas do complexo B, minerais e fibras alimentares.

As massas fazem parte da dieta mediterrânica e especificamente da dieta portuguesa. No entanto, a sua produção está fortemente dependente de uma matéria-prima – o trigo – do qual Portugal regista uma forte dependência externa. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que há mais de uma década que o grau de autoaprovisionamento é inferior a 10%. O instituto afirma mesmo que em 2021, apenas 6,3% da utilização interna de trigo (consumo humano, alimentação animal, utilização industrial, etc.) era satisfeita pela produção nacional, o que compara com 59,9% em 1990.

O certo é que as massas são um produto que intrinsecamente faz parte da gastronomia portuguesa. Sejam confecionadas de forma simples, a acompanhar um prato de peixe ou carne, como parte integrante de um prato vegetariano ou como ingrediente de uma sopa. Também é verdade que, nos últimos tempos, temos assistido a algumas inovações. Quer ao nível da disponibilização de massas com sabores, recheadas ou feitas sem recurso a glúten.
Estudos realizados permitem observar que as massas são um produto importante pelo seu teu teor em hidratos de carbono, vitaminas do complexo B (p.e. B1, B2, B6), minerais (p.e. potássio, fósforo e magnésio) e fibras alimentares.

Mas, para perceber melhor qual o papel das massas na dieta mediterrânica e especificamente no dia-a-dia dos portugueses a iALIMENTAR conversou com a secretária-geral da Associação Portuguesa de Nutrição (APN), Helena Real, que explicou a sua importância alimentar e nutricional, assim como deu pistas de qual a quantidade ideal a ser consumida.

Qual o papel das massas na Dieta Mediterrânica?

A Dieta Mediterrânica envolve os eixos da alimentação, da produção sustentável, da convivialidade e da atividade física. Ao nível da componente alimentar, representa um padrão alimentar maioritariamente de origem vegetal, onde se incluem os cereais, os produtos hortícolas, as frutas, as leguminosas, os frutos oleaginosos e secados, as ervas aromáticas, o azeite, entre outros. Inclui uma componente mais reduzida para os produtos de origem animal, onde se incluem as carnes, o pescado, os ovos e os laticínios.

As massas, sendo um derivado de cereais, assenta na base da alimentação mediterrânica, onde se destaca também a sua versatilidade culinária, que carateriza a cozinha simples e frugal da Dieta Mediterrânica.

Esse papel tem evoluído ao longo do tempo? Em que sentido?

As massas assumem um papel basilar na alimentação dos povos e tem-se mantido constante ao longo dos tempos (segundo o meu melhor conhecimento).
Helena Real
Helena Real.

Numa altura em que há uma crescente preocupação com a obesidade, as massas podem ser encaradas como um auxílio ou é exatamente o oposto?

As massas são alimentos de composição nutricional simples, pobres em gordura e proteína. Podem, assim, ser bons auxiliares num contexto de boa gestão do peso. O que pode fazer variar esta afirmação é aquilo que adicionamos às massas. Se juntarmos ingredientes ricos em gordura (ex: natas, enchidos, carnes vermelhas) e o seu consumo, neste contexto, ser frequente, poderemos estar a contribuir para um aumento de peso. Daí que a escolha dos ingredientes que usamos para acompanhar as massas seja fundamental (ex: produtos hortícolas, leguminosas, ervas aromáticas, frutos oleaginosos, carnes brancas, pescado, ovos).

Qual o consumo médio ideal de massas que deveríamos ter?

Numa refeição poderemos considerar aproximadamente 80 gramas de massa (peso em cru), para um adulto. Contudo, são valores que podem variar em função da idade, género e nível de atividade física.

Quais as principais vantagens (em termos de saúde) do consumo frequente de massas?

Será importante reforçar que o consumo de massas acontece maioritariamente acompanhado de outros ingredientes, sendo que estes podem ser equilibrados ou não, condicionando o efeito final em termos de saúde.
Ainda assim, sendo as massas de base de cereal, trazem uma boa sensação de saciedade, o que pode ser um auxílio num contexto de gestão de peso. Por outro lado, pelo seu conteúdo em fibras pode ser interessante para um bom funcionamento e saúde intestinal. Destaque ainda para a relação que poderão ter a redução do risco de diabetes. Estes efeitos na saúde podem ainda ser realçados em função do enriquecimento das massas base com outros ingredientes, como os produtos hortícolas, fibras, etc.

O consumo de massas com molhos (pré-feitos) é prejudicial?

Mais uma vez depende do tipo de molho de que estamos a falar. É fundamental a consulta dos rótulos dos produtos embalados para os melhor conhecer, tendo especial atenção ao conteúdo em gordura e sal.

E em relação às massas recheadas?

Depende do recheio que tenham. Podem ser muito interessantes ou menos interessantes. É importante olhar para o rótulo e tentar perceber se serão produtos que possam fornecer muita gordura ou sal. Ainda assim, mais uma vez numa perspetiva de quebra da monotonia alimentar podem ser soluções esporádicas a considerar.
“Numa refeição poderemos considerar aproximadamente 80 gramas de massa (peso em cru), para um adulto...
“Numa refeição poderemos considerar aproximadamente 80 gramas de massa (peso em cru), para um adulto. Contudo, são valores que podem variar em função da idade, género e nível de atividade física”.

Como encara os novos subprodutos de massas (massas com sabores e massas sem glúten)?

Uma maior variedade de produtos alimentares à venda é sempre interessante na perspetiva da diminuição da monotonia alimentar. Se variarmos o nosso consumo vamos conseguir aumentar o leque de nutrientes que consumimos. Destaque para as massas coloridas, que obtêm a sua cor através da adição, na produção, de ingredientes que lhes confere as cores características (ex: produtos hortícolas), pelo que importa reforçar que estas cores não se obtêm através da adição de corantes, mas sim ingredientes naturais.
Dentro da categoria de subprodutos das massas seria igualmente importante destacar as massas com leguminosas. Trata-se de uma forma alternativa para aumentar o consumo de leguminosas, visto que é um grupo alimentar cujo consumo em Portugal está muito abaixo das recomendações.

Estes produtos uma 'moda' ou vieram para ficar?

Existem muitos produtos 'moda'. Creio que as massas coloridas vieram para ficar, sobretudo porque são produtos bastante interessantes sob o ponto de vista nutricional, uma vez que contêm na sua composição ingredientes de qualidade, como os produtos hortícolas.

Qual o seu impacto na dieta mediterrânica? São uma boa aposta em termos nutricionais?

As massas são alimentos simples, de fácil confeção, económicos e interessantes sob o ponto de vista nutricional, pelo que se enquadram perfeitamente num contexto de Dieta Mediterrânica, sobretudo se for um veículo de utilização de outros ingredientes tipicamente mediterrânicos, como os produtos hortícolas, as leguminosas, as ervas aromáticas, pouca carne ou pescado e frutos oleaginosos. As massas permitem, assim, a inclusão de produtos da época, preferencialmente frescos e de proximidade e em quantidades frugais, mediante as necessidades individuais, aspetos de destaque no modelo alimentar Mediterrânico. Se a isto juntarmos o consumo, sempre que possível, de massas que contenham uma base de cereal produzido em Portugal, teríamos o consumo de proximidade também assegurado.

O consumo de massas poderá estar em risco pela inflação e pelo aumento das matérias-primas?

Todos os alimentos atualmente estão sujeitos à inflação. Contudo, as massas são alimentos tendencialmente económicos e que conjugam bem com outros ingredientes igualmente económicos. As confeções culinárias mediterrânicas, maioritariamente de base aquosa, tendem a ser boas opções num contexto de uma alimentação mais económica.

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