Um exemplo da relevância do papel da embalagem neste tema é a comparação possível entre a África subsariana, onde cerca de 10% do leite é desperdiçado devido a soluções de embalamento inadequadas e uma má distribuição, e a Europa, em que apenas 0,5% do leite é desaproveitado, em fase de produção. Estes valores ilustram a importância do embalamento e transporte adequados dos produtos alimentares, pelo que a embalagem tem de ser encarada como a chave para alimentar o mundo de forma segura.
Não obstante, apesar da relevância da embalagem perante o cenário referido, esta tem de cumprir a sua função com o menor impacto ambiental possível. Desta forma, a própria origina alguns desafios para o mercado, que vão desde o seu possível contributo para as alterações climáticas, a diminuição da biodiversidade e o aumento dos resíduos.
É perante estes desafios que o mercado tem vindo a trabalhar na criação de uma embalagem sustentável. São várias as mudanças que podem ser feitas rumo a este objetivo comum e que passam, sobretudo, pelas matérias-primas utilizadas na constituição da embalagem, a redução da pegada de carbono na produção, aumento da economia circular e, também, da reciclagem.
Tudo isto pode ser feito pela indústria através de pequenas mudanças que resultam numa embalagem com menos emissões de CO2. A definição e cumprimento de objetivos de redução da pegada de carbono, substituição de plástico de origem fóssil por plástico de origem vegetal, uso de energia renovável nas operações, utilização de matéria-prima proveniente de fontes certificadas e renováveis, parcerias com outros players da indústria em prol do bem e evolução comum e, também, campanhas de incentivo à economia circular e reciclagem, são algumas das medidas que têm vindo a ser implementadas e que fazem parte da jornada rumo a uma embalagem totalmente renovável, reciclável e neutra em carbono.
Renata Monteiro Costa.
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