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Nestlé quer combater o trabalho infantil nas plantações de cacau

28/01/2022
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Programa “Income Accelerator Program” visa melhorar os meios de subsistência dos produtores de cacau e das suas famílias, ao mesmo tempo que permite avançar nas práticas de agricultura regenerativa e na igualdade de género.

A Nestlé acaba de anunciar um plano através do qual pretende ajudar a mitigar o trabalho infantil nas plantações de cacau. Tem o nome de “Income Accelerator Program” e consiste no pagamento direto às famílias produtoras de cacau por determinadas atividades, tais como a colocação das crianças na escola, a implementação de boas-práticas agrícolas, entre outras.

O objetivo, refere a Nestlé, é que os incentivos levem a comportamentos e práticas agrícolas que permitam construir progressivamente a resiliência social e económica ao longo do tempo. Como afirma a marca com este programa as famílias são recompensadas “não só pela quantidade e qualidade das sementes de cacau que produzem, mas também pelos benefícios que proporcionam ao ambiente e às comunidades locais”.

Feitas as contas as famílias podem receber até 500 francos suíços (480 euros) por ano nos primeiros dois anos do programa. Como explica a Nestlé, quanto mais alto for o incentivo no início, mais irá acelerar a implementação de boas-práticas agrícolas para criar um impacto futuro. O valor, depois, é ajustado a 250 francos suíços (240 euros) quando o programa apresentar resultados tangíveis.

Outra particularidade do programa é o de também oferecer incentivos às esposas dos agricultores. “Ao dividir os pagamentos entre o agricultor e a sua esposa, o programa ajuda a capacitar as mulheres e a criar mais igualdade de género”, explica a Nestlé.

Entre os vários comportamentos que são incentivados pelo programa constam:

  • Inscrever na escola todas as crianças entre os 6 e os 16 anos;
  • Implementar boas-práticas agrícolas, como a poda, que aumenta a produtividade das culturas;
  • Fazer atividades agroflorestais para melhorar a resistência climática, como plantar árvores de sombra;
  • Gerar rendimentos diversificados, por exemplo através de outras plantações, pecuária, como ter galinhas, apicultura ou processamento de outros produtos, como a mandioca.

Os pagamentos serão entregues através de uma transferência de serviço móvel segura que assegurará a rastreabilidade diretamente dos fornecedores da Nestlé para o destinatário pretendido. Uma vez que o fluxo de dinheiro ao longo do ano é frequentemente um desafio, os incentivos monetários serão distribuídos quando forem mais necessários. Com base no feedback dos agricultores, isto inclui o período de regresso às aulas e antes da época das chuvas. Intervenientes terceiros, incluindo a International Cocoa Initiative e a Rainforest Alliance, trabalharão com a Nestlé para monitorizar a participação.

O programa vai começar, este ano, como teste, em 10 mil famílias da Costa do Marfim, antes de ser alargado, em 2024, ao Gana. Depois disso, e segundo a Nestlé, serão avaliados os resultados e adaptar o que for necessário, antes de expandir a todas as famílias produtoras de cacau na cadeia de abastecimento de cacau global da Nestlé até 2030.

Para ajudar nesta nova fase, não só ao nível de novos comportamentos e práticas, mas, também, na formação e criação de estruturas sociais e financeiras a Nestlé vai prestar ajuda aos agricultores:

  • Reforçar o sistema de acompanhamento e resolução existente para ajudar a identificar, prevenir e tratar o risco de trabalho infantil e aumentar as inscrições na escola;
  • Oferecer formação às famílias através do Gender Action Learning System sobre planeamento financeiro doméstico e empreendedorismo;
  • Organizar e formar grupos locais para que façam a poda e outras tarefas agrícolas benéficas numa cooperativa anual;
  • Disponibilizar oportunidade de diversificação de rendimento para produtores e respetivos cônjuges;
  • Ajudar a criar associações locais de poupança e empréstimo com foco nas mulheres, para encorajar as poupanças e atribuir empréstimos para pequenas oportunidades de negócio.

Adicionalmente o plano da Nestlé também pretende “transformar o abastecimento global de cacau para alcançar a total rastreabilidade e segregação dos seus produtos”. Para tal a empresa prevê planeia investir um total de 1,3 mil milhões de francos suíços (cerca de 1,25 mil milhões de euros) até 2030, mais do que triplicando o seu atual investimento anual.

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