A Nestlé acaba de anunciar um plano através do qual pretende ajudar a mitigar o trabalho infantil nas plantações de cacau. Tem o nome de “Income Accelerator Program” e consiste no pagamento direto às famílias produtoras de cacau por determinadas atividades, tais como a colocação das crianças na escola, a implementação de boas-práticas agrícolas, entre outras.
O objetivo, refere a Nestlé, é que os incentivos levem a comportamentos e práticas agrícolas que permitam construir progressivamente a resiliência social e económica ao longo do tempo. Como afirma a marca com este programa as famílias são recompensadas “não só pela quantidade e qualidade das sementes de cacau que produzem, mas também pelos benefícios que proporcionam ao ambiente e às comunidades locais”.
Feitas as contas as famílias podem receber até 500 francos suíços (480 euros) por ano nos primeiros dois anos do programa. Como explica a Nestlé, quanto mais alto for o incentivo no início, mais irá acelerar a implementação de boas-práticas agrícolas para criar um impacto futuro. O valor, depois, é ajustado a 250 francos suíços (240 euros) quando o programa apresentar resultados tangíveis.
Outra particularidade do programa é o de também oferecer incentivos às esposas dos agricultores. “Ao dividir os pagamentos entre o agricultor e a sua esposa, o programa ajuda a capacitar as mulheres e a criar mais igualdade de género”, explica a Nestlé.
Entre os vários comportamentos que são incentivados pelo programa constam:
Os pagamentos serão entregues através de uma transferência de serviço móvel segura que assegurará a rastreabilidade diretamente dos fornecedores da Nestlé para o destinatário pretendido. Uma vez que o fluxo de dinheiro ao longo do ano é frequentemente um desafio, os incentivos monetários serão distribuídos quando forem mais necessários. Com base no feedback dos agricultores, isto inclui o período de regresso às aulas e antes da época das chuvas. Intervenientes terceiros, incluindo a International Cocoa Initiative e a Rainforest Alliance, trabalharão com a Nestlé para monitorizar a participação.
O programa vai começar, este ano, como teste, em 10 mil famílias da Costa do Marfim, antes de ser alargado, em 2024, ao Gana. Depois disso, e segundo a Nestlé, serão avaliados os resultados e adaptar o que for necessário, antes de expandir a todas as famílias produtoras de cacau na cadeia de abastecimento de cacau global da Nestlé até 2030.
Para ajudar nesta nova fase, não só ao nível de novos comportamentos e práticas, mas, também, na formação e criação de estruturas sociais e financeiras a Nestlé vai prestar ajuda aos agricultores:
Adicionalmente o plano da Nestlé também pretende “transformar o abastecimento global de cacau para alcançar a total rastreabilidade e segregação dos seus produtos”. Para tal a empresa prevê planeia investir um total de 1,3 mil milhões de francos suíços (cerca de 1,25 mil milhões de euros) até 2030, mais do que triplicando o seu atual investimento anual.
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