Direção da Aprolep
09/07/2021Os produtores de leite estão há seis meses a suportar aumentos brutais nos custos de alimentação das vacas leiteiras. A nossa margem já era quase nula, porque recebemos o mesmo preço há mais de 20 anos e suportámos aumentos no custo da energia, da mão de obra e de todos os fatores de produção.
Perante o estado de desespero e revolta dos produtores, organizámos uma manifestação no Porto a 26 de fevereiro e em sucessivos comunicados alertámos as cooperativas, as indústrias, o poder político e o setor da distribuição para o facto de estarmos há vários meses a vender o leite abaixo do custo de produção, com o pior preço da Europa, e cada vez mais longe.
Os dados mais recentes do Observatório Europeu do Leite indicam que em maio a diferença do preço médio português para a média europeia foram 5,7 cêntimos e em junho terão sido 6 cêntimos.
Estamos com um preço médio de 30 cêntimos/kg para um custo que estimamos de 35 cêntimos. Um estudo recente do ministério da agricultura espanhol confirma esse valor. Por isso, propomos um aumento imediato de 5 cêntimos para cobrir os custos de produção.
Em carta aberta de 20 de maio, perguntámos: “estão as empresas de distribuição disponíveis para atualizar com urgência o preço do leite e produtos lácteos aos seus fornecedores?” Não tivemos qualquer resposta. Também não vimos resposta à acusação recente feita em comunicado por ANIL e FENALAC: “a Grande Distribuição continua sistematicamente a desvalorizar o produto ao praticar as mesmas condições negociais, com a agravante de, recentemente, aumentar a pressão promocional sobre os produtos lácteos”.
Pensamos que é tempo de a distribuição afirmar e demonstrar de forma efetiva que defende a produção nacional.
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