Pedro Queiroz | Diretor-Geral da FIPA
*Artigo de opinião publicado no boletim quinzenal da FIPA
10/05/2021Não é novidade que estamos mergulhados numa profunda crise. Neste contexto, a estabilidade social e política é um dos caminhos mais adequados para mitigar os seus impactos, quer pelo bem-estar dos cidadãos quer pela competitividade das empresas.
No entanto, em contracorrente, são muitos os “factos” ou “contra-factos” que proliferam e se disseminam, transversalmente, nas diversas camadas da sociedade.
As designações podem ser diversas - “fake news”, rumores, inverdades -, e surgem sobre os mais variados assuntos. Geram fenómenos de desinformação, resultam em dúvidas e inseguranças e, não raras vezes, em decisões infundadas.
Este cenário é especialmente crítico, quando se refere a assuntos relacionados com a indústria agroalimentar não só no que diz respeito à vertente da alimentação e saúde, mas também, por exemplo, no que se refere às questões sobre os processos de produção ou sustentabilidade ambiental.
Com base em preferências e opiniões, muitas vezes fundamentalistas, estes temas são trazidos à luz do dia.
Dão origem a modas e tendências alimentares, sem fundamentos especializados; diabolizam tipos de embalagens, sem explicar o importante papel, que cumprem na segurança e conservação dos alimentos; colocam em causa procedimentos e processos de produção, sem reconhecer as rigorosas análises, estudos, regras e legislação que o setor tem de cumprir e para os quais contribui ativamente.
Facto é que estes são temas que não podem ser trabalhados com argumentos populistas. Hábitos alimentares não se impõem por decreto nem processos se alteram com base em opiniões simplistas.
Exige-se um equilíbrio – que una o bem-estar dos consumidores e a competitividade das empresas –, sedimentado em análises técnicas e científicas validadas.
Neste enquadramento, a indústria agroalimentar tem cumprido o seu papel. Contribui ativamente para avaliações, estudos e pesquisas; colabora com as entidades competentes nacionais e europeias; trabalha com equipas multidisciplinares desde cientistas, engenheiros, técnicos de áreas que vão do alimentar ao ambiente; inova e adapta, sempre que necessário, procedimentos e processos, em prol do consumidor.
Este tem de ser o caminho. O da informação sustentada e das decisões informadas.
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