ENTREVISTA 21 deiras”, refere Pedro Fernandes. “Poucas são as unidades com a capacidade de produzir água a 110°C, entrando num mercado muito interessante que é o da descarbonização industrial”. Em causa está uma tecnologia capaz de impulsionar a descarbonização de processos industriais, algo cada vez mais urgente no atual contexto climático e energético. “Estas unidades podem substituir caldeiras, tendo um impacto muito positivo na descarbonização, uma vez que o cliente desliga a caldeira ou reduz substancialmente a produção por queima de gás. Por experiência própria em território nacional com a RTSF City Standard, o consumo de gás reduz-se drasticamente e os custos para o cliente baixam imenso, tendo retornos de investimento em alguns casos inferiores a um ano”, reforça Pedro Fernandes. A unidade pode ser integrada com fontes de energia renováveis, como painéis solares. Ao utilizar energia renovável para operar a bomba de calor, as emissões de carbono podem ser reduzidas, uma vez que essas fontes de energia não produzem emissões de CO2 durante a geração de eletricidade. Além das emissões diretas de carbono, “a RTSF City HT ajuda a reduzir as emissões indiretas associadas à produção e transporte de combustíveis fósseis. Menor produção com esses combustíveis resulta em menos emissões ao longo de toda a cadeia de fornecimento do produto”, explica. “Temos clientes que alugam estas unidades, da nossa frota de Rental, para baixar os custos de exploração na produção de água quente”. Preço revolucionário Apesar de existir tecnologia semelhante no mercado, a atingir temperaturas acima dos 80°C, Pedro Fernandes garante que a RTSF City HT se distingue por um fator essencial: o preço. “A questão tem a ver com a economia de escala vinda do aumento do número de unidades produzidas. A Trane tem tido grande sucesso na venda da gama a RTSF City Standard, a qual atinge os 85°C, e conseguimos otimizar a produção, que faz parte do amadurecimento produtivo de um equipamento”. Já a RTSF City HT “partilha vários componentes com esta unidade, toda a estrutura, permutadores, controlo, ou seja, uma série de componentes que levam a que as unidades sejam produzidas na mesma linha, diferindo o compressor, esse sim a grande diferença. Desta forma, o preço face à nossa outra gama baixou para metade”. Um trunfo para a indústria alimentar A versatilidade da RTSF City HT torna-a útil para setores com elevadas exigências térmicas, como a indústria alimentar. “Grande parte das fábricas tem de ter água quente ou mesmo muito quente. Diria que a produção de frio e quente são um lugar-comum na indústria alimentar. Por exemplo, na indústria láctea, onde se tem de fazer a pasteurização, a unidade RTSF City HT consegue produzir água fria e quente para o arrefecimento e aquecimento desse processo, de forma simultânea”, explica. “Podemos até com a mesma unidade que arrefece, recuperar a fonte menos quente para o RTSF City HT de forma gratuita. Asseguramos todo o processo de pasteurização e eletrificado sem recurso a gás, logo a eficiência energética leva a uma redução nos custos operacionais a longo prazo”. Mas não se fica por aqui. “Na indústria de aves, a água quente é utilizada para eliminar penas e limpar patas. Nos matadouros, é necessário escaldar suínos. O consumo de água quente é significativo, com mais de 80% da água a ser usada para limpeza e lavagem das carcaças.” E o futuro? Equipamentos mais pequenos e mais acessíveis A Trane não está apenas a olhar para os grandes players da indústria. “Estamos a fazer forte investimento nos contentores frigoríficos. Adicionalmente aos tradicionais 20 e 40 pés, lançámos contentores pequenos que cabem num camião ‘normal’, sem ter a galera especifica para contentores. Com isto, podemos ajudar com um preço mais baixos negócios pequenos ou onde a necessidade de um contentor grande não seja necessária”. n A versatilidade da RTSF City HT torna-a útil para setores com elevadas exigências térmicas, como a indústria alimentar
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