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Jarvis España Polígono Industrial Polingesa Calle Farigola 28. 17457 Riudellots de la Selva Girona. España www.jarvisespana.es info@jarvisespana.es T 972 478 766 T (Sebastian Azzollini) +34 675 031 600 Diseñado, fabricado y probado en Middletown, Connecticut, EUA SPC 165 Sierra Circular Neumática SEC 180-4 Sierra Circular Eléctrica Motor eléctrico con doble aislamiento para el máximo rendimiento. Freno del disco para una parada rápida. Ligera y flexible: se puede utilizar a una sola mano. Más potencia: motor neumático de alta eficiencia para obtener la máxima potencia. CERTIFICADO Leve e flexível: pode ser utilizada apenas com uma mão. Mais potência: motor pneumático de alta eficiência para obter uma potência máxima. Motor elétrico com duplo isolamento para um desempenho máximo. Travão de disco para uma paragem rápida. Serra Circular Elétrica Serra Circular Pneumática Desenhado, fabricado e testado em
4 Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Defensores de Chaves, 15 3º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone +351 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Sónia Ramalho Equipa Editorial Gabriela Costa, Sónia Ramalho, Nina Jareño Marketing e Publicidade Hélder Marques, Frederico Mascarenhas redacao_ialimentar@interempresas.net www.ialimentar.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 44 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127558 Déposito Legal 480593/21 Distribuição total +5.200 envios. Distribuição digital a +4.500 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel Edição Número 16 – Abril de 2024 Estatuto Editorial disponível em https://www.ialimentar.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Media Partners: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da iALIMENTAR adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. SUMÁRIO EDITORIAL 5 ATUALIDADE 5 Lisbon Food Affair consolida-se como “um evento essencial para o setor alimentar” 8 ProVeg estuda os perfis nutricionais dos produtos de origem vegetal 14 PPWR introduz mudanças significativas no mercado europeu da embalagem 18 Como a RTSF City HT está a redefinir a indústria com eficiência, sustentabilidade e preço 20 Eficiência e sustentabilidade: a estratégia logística da ALDI Portugal para o futuro 22 Robôs ao serviço do retalho: como a MC está a automatizar o futuro de lojas e armazéns 24 O caminho que ainda falta percorrer pelas proteínas alternativas 26 Carne cultivada: Avanços e desafios regulamentares a nível europeu 30 Investigadores do IST criam filetes de robalo celular através de bioimpressão 3D 35 GlobalData: popularidade da carne cultivada está a aumentar na APAC 38 Proteínas alternativas no futuro da alimentação 40 IA na indústria alimentar: entre o potencial transformador e os desafios da realidade 44 Inteligência artificial revoluciona desenvolvimento de embalagens 46 Do desperdício à inovação 48 Recipientes de vácuo feitos de plástico marinho reciclado: uma solução para a sustentabilidade 50 Sustentabilidade ambiental na produção: alinhamento de compromissos 51 Itene desenvolve embalagens alimentares com funcionalidades avançadas e melhor reciclabilidade 54 Grupo Craemer apresenta nova caixa palete de higiene HB3 56 Brother: Linha do Ano A4 2025 Keypoint 57 SARA HACCP: A revolução digital que quer transformar a segurança alimentar 58 Ontime: a revolucionar a logística ibérica com inovação e sustentabilidade 59 A verdadeira revolução industrial na indústria alimentar ainda está por ser anunciada 60 Digitalização, sustentabilidade e IA: tendências da logística 64 Sustentabilidade e economia circular: a transição digital no setor alimentar 65
5 Nasce a Único, primeira entidade gestora dedicada aos plásticos de uso único Associação assume o objetivo de reduzir o impacto de produtos de utilização única no ambiente. Foi anunciado em fevereiro o 'nascimento' da Único – Associação de Gestão de Plásticos de Uso Único. A Associação já tem licença para operacionalizar em Portugal o primeiro sistema de responsabilidade alargada do produtor que irá gerir os resíduos com origem nos produtos de tabaco com filtros. Como explica a entidade, a licença foi publicada no final de 2024, na sequência do processo iniciado junto da Agência Portuguesa do Ambiente, em março de 2023. A Único, entidade sem fins lucrativos, reúne as empresas que colocam no mercado produtos de tabaco – BAT, Imperial Brands Portugal, JTI Portugal, Landewick e Tabaqueira – e o Electrão, Associação de Gestão de Resíduos, e assume como missão "contribuir para a prevenção de resíduos no espaço público e para a eficiência e eficácia da gestão na limpeza urbana, de forma a reduzir o impacto dos produtos descartáveis com plástico no ambiente, especialmente no meio marinho". De realçar que a obrigação de gestão de fim de vida de determinados produtos com plásticos de uso único, que abrangem os produtos de tabaco com filtros que contêm plástico, decorre de uma diretiva europeia, integralmente transposta para legislação nacional. A Único acrescenta ainda que outros fluxos abrangidos por esta diretiva serão geridos no âmbito de novos sistemas a implementar no futuro. É o caso das redes de pesca, toalhetes e balões, que correspondem aos itens mais encontrados nas praias da União Europeia. EDITORIAL Vivemos um momento de viragem profunda no modo como produzimos, distribuímos e consumimos os alimentos. A pressão crescente sobre os recursos naturais, as exigências de um consumidor cada vez mais consciente e as possibilidades abertas pela tecnologia estão a transformar a cadeia de valor alimentar. Nesta edição centramos atenções nessa mudança, desde os desafios às oportunidades. Exploramos o universo em expansão das proteínas alternativas – das farinhas de insetos aos desafios da carne cultivada e aos produtos cultivados em laboratório, como os filetes de robalo celular desenvolvidos por investigadores do IST com recurso a bioimpressão 3D. Mais do que uma curiosidade ou tendência de mercado, estas soluções representam uma possível resposta a questões de sustentabilidade, nutrição e segurança alimentar. Já a nível dos desafios da logística alimentar, este é um tema particularmente crítico num mundo onde as cadeias de abastecimento são simultaneamente globais e vulneráveis. Desde a origem até ao prato, a gestão eficiente e resiliente da logística é condição essencial para garantir segurança, frescura e acessibilidade. Nesta edição revelamos a estratégica logística da ALDI Portugal para o futuro, com destaque para a inauguração do novo Centro de Distribuição de Valongo, que incorpora modelos de machine learning e que representa uma transformação na cadeia de abastecimento da marca. Já a MC está a automatizar o futuro de lojas e armazéns com robôs ao serviço do retalho. Da limpeza à assistência ao cliente, passando pela reposição automática, a empresa está a transformar o retalho com robótica e inteligência artificial (IA). Marlos Silva, responsável de inovação, revela como. A automação industrial e a IA surgem, por sua vez, como ferramentas fundamentais para aumentar a eficiência e a rastreabilidade nas cadeias de produção. Estas tecnologias estão a redesenhar o papel do trabalho humano e a acelerar a inovação no setor alimentar, mas entre o potencial da tecnologia e os desafios da sua implementação há um longo caminho a percorrer, como podemos perceber nesta edição. A complexidade é grande e as soluções não são simples. Mas é precisamente por isso que precisamos de mais diálogo, mais conhecimento partilhado e mais colaboração entre ciência, indústria e sociedade. É esse o contributo que esperamos dar com esta edição. Boas leituras. Tecnoalimentar: histórias de inovação para um mundo em mudança
6 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Tetra Pak + Keter = vasos feitos a partir de embalagens de cartão para bebidas Projeto 'Planta o Futuro', desenvolvido em parceria com a Keter, criou várias linhas de vasos feitos com 98% de pellets de polietileno e alumínio de embalagens de cartão para bebidas, reduzindo o desperdício e promovendo a reutilização de materiais reciclados. A Tetra Pak e a Keter juntaram-se para lançar uma linha inovadora de vasos de design feitos com até 98% de pellets de polietileno e alumínio (polyal), um material reciclado proveniente de embalagens de cartão para bebidas usadas recicladas, que está agora disponível nas lojas Leroy Merlin, em Portugal e Espanha, e na Bauhaus. Segundo a Tetra Pak, o lançamento do modelo Wood Planter é o primeiro desta gama de vasos, que faz parte da iniciativa 'Planta o Futuro', um projeto conjunto que promove a economia circular, transformando os resíduos em matérias-primas valiosas para fabricar produtos úteis e duradouros. A empresa acrescenta ainda que este lançamento é apenas o ponto de partida, dado que, em breve, serão incorporados novos modelos de vasos que aumentam a percentagem de pellets de polyal na sua composição para 100%. A utilização de pellets de polyal provenientes de embalagens de cartão para bebidas recicladas no fabrico destes vasos reduz os resíduos e diminui a necessidade de extração de recursos naturais finitos. Este processo também reduz as emissões de carbono associadas ao fabrico de novos materiais, beneficiando assim o meio ambiente. O modelo de vasos Wood Planter está disponível nas lojas Leroy Merlin, de Portugal e Espanha, e na Bauhaus, em dois tamanhos (29,5 x 29,5 x 29,7 cm e 39,5 x 39,5 x 39,5 x 39,5 cm) e em duas opções de cores: verde e preto ou preto. A textura inspirada na madeira confere-lhe uma estética elegante e versátil, adequada a qualquer espaço, interior ou exterior. Logicor conclui ampliação da plataforma logística da Azambuja Espaço passa a ter um total de 85 mil m2 de Área Bruta Locável (ABL), com obra a ser projetada e construída com as características técnicas necessárias com vista à obtenção da certificação BREEAM Very Good. A Logicor anunciou a conclusão da expansão de 10 mil m2 da sua plataforma logística da Azambuja, aumentando a área do ativo existente para um total de 85 mil m2 de ABL. Localizada num dos principais parques logísticos da Grande Lisboa, próximo da A1 e a 40 km a norte da cidade, a expansão inclui mais de 500m2 de escritórios e mais de 10.000m2 de armazém com 18 cais para cargas e descargas. Como explicou a empresa, a plataforma logística foi projetada e construída com vista a obter a certificação BREEAM Very Good, inclui uma central fotovoltaica de 105 kW, como medida para reduzir o impacto ambiental e o consumo de energia. Sobre a obra, André Machado, director of Asset Management da Logicor Portugal, afirmou que “como promotores e proprietários de instalações com um grande expertise em imobiliário logístico, compreendemos as necessidades dos clientes e focamos a nossa estratégia em permitir o fluxo das suas trocas comerciais, vitais para o dia a dia das pessoas. A Azambuja é uma localização muito estratégica para o mercado logístico português, que, graças ao desenvolvimento de armazéns de última geração, torna o negócio dos clientes competitivo e sustentável”.
7 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Tray2Tray da Klöckner Pentaplast vence prémio de reciclagem A Klöckner Pentaplast (Kp), empresa especializada em embalagens rígidas e flexíveis com produção em Portugal, foi distinguida nos Plastics Recycling Awards Europe 2025. A sua solução Kp 100% Tray2Tray foi reconhecida como 'Produto do Ano' na categoria 'Embalagem de Plástico' numa cerimónia realizada a 2 de abril no Plastics Recycling Show Europe na RAI Amsterdam. O prémio reconhece a implementação da iniciativa Kp Tray2Tray, um programa concebido para manter o material dos tabuleiros PET dentro do ciclo da embalagem, em vez de o degradar em processos de reciclagem menos eficientes. Através deste sistema, a Kp desenvolveu os primeiros tabuleiros alimentares feitos exclusivamente a partir de material recuperado de outros tabuleiros, demonstrando a viabilidade de uma verdadeira economia circular no setor das embalagens alimentares. Além disso, o projeto visa aumentar a procura de embalagens que incorporem conteúdo reciclado de tabuleiros PET. Os Plastics Recycling Awards Europe premeiam a inovação e a excelência na indústria de reciclagem de plásticos na Europa, reconhecendo as empresas e organizações que promovem a utilização de materiais reciclados, a conceção de produtos sustentáveis e a implementação de tecnologias de fabrico avançadas. DPD Portugal apresenta calculadora de carbono A DPD Portugal acaba de lançar a calculadora de carbono, uma ferramenta integrada no portal myDPD for Business que permite aos clientes monitorizar, em tempo real, o impacto ambiental das suas encomendas. A calculadora permite obter dados detalhados sobre as emissões de carbono das encomendas, através de filtros personalizáveis que consideram fatores como tipo de serviço, países de destino e transporte associado. A metodologia utilizada segue os padrões internacionais do GLEC Framework do Smart Freight Centre, garantindo a fiabilidade dos dados reportados.
8 Lisbon Food Affair consolida-se como “um evento essencial para o setor alimentar” De acordo com a organização, a edição deste ano da Lisbon Food Affair resultou em “três dias intensos de networking, inovação e oportunidades de negócio”. A qualidade dos visitantes foi destacada pelos expositores como um fator diferenciador e impulsionador de negócios. A próxima edição já tem data marcada de 9 a 11 de fevereiro de 2026. Sónia Ramalho Este ano, o crescimento da Lisbon Food Affair foi visível não só no aumento do número de empresas expositoras, que cresceu 66%, como no incremento de 16% no volume de visitantes profissionais face à edição anterior, entre os quais decisores de grupos empresariais de referência, que encontraram no evento um ambiente privilegiado para explorar tendências, testar novos produtos e consolidar alianças estratégicas. Esta foi a avaliação que a organização fez da edição deste ano e que se apoiou nos números para afirmar que a LFA se consolidou como “um evento essencial para o setor alimentar”. Sobre isso, Cristina Rodrigues, executive manager da Gresilva, referiu que a LFA “revelou-se uma agradável surpresa, sobretudo pela qualidade dos visitantes, permitindo-nos focar apenas em oportunidades de negócio realmente relevantes. Tem sido uma experiência excelente”. Opinião partilhada por Fe Martínez Sáiz, da OrencioHoyo, uma das empresas integradas na participação da Extremadura Avante, Espanha, que referiu que a empresa estabeleNa edição deste ano, o número de empresas expositoras cresceu 66%.
9 ceu “numerosos contactos de negócio efetivos” e que a participação foi “altamente produtiva”. Segundo Marina Calheiros, gestora do evento, “a Lisbon Food Affair cumpriu plenamente o seu objetivo, registando um crescimento notável. Este sucesso deve-se, em grande parte, ao envolvimento dos nossos parceiros e expositores, que tornaram o evento um ponto de encontro de alto valor para toda a fileira alimentar”. O programa Hosted Buyers foi outro dos destaques, registando mais de 300 reuniões B2B, onde foram criadas múltiplas oportunidades de negócio que vão impulsionar a internacionalização das empresas participantes. FORTALECER CONEXÕES COM PARCEIROS ESTRATÉGICOS Carlos Santos, da We:digitek, faz um balanço “extremamente positivo” da participação no evento, que “proporcionou uma excelente oportunidade para fortalecer conexões com parceiros estratégicos, captar novas oportunidades de negócio e demonstrar o impacto da tecnologia no setor alimentar. O envolvimento do público e o interesse pelos nossos produtos superaram as expectativas”, confessou à iAlimentar. A We:digitek aproveitou a ocasião para destacar as mais recentes soluções tecnológicas, “incluindo novas funcionalidades de inteligência artificial para gestão de supply chain e automação de processos de produção. Também apresentamos melhorias nas nossas plataformas de monitorização de qualidade e rastreabilidade alimentar”. Como sugestão de melhoria, Carlos Santos destaca a importância de existir “um maior espaço para demonstrações práticas, pois acreditamos que experiências interativas trazem ainda mais valor ao público”. Ao longo de 2025, a We:digitek prevê lançar novas soluções de automação inteligente e ferramentas de análise preditiva para o setor alimentar. Além disso, “continuaremos a investir em parcerias estratégicas e na expansão internacional. O principal objetivo para este ano é consolidar a nossa posição como líder em inovação tecnológica para a indústria alimentar, oferecendo soluções cada vez mais eficientes e sustentáveis”. João Diniz, product specialist da Brother, faz igualmente um balanço positivo da participação no evento. “Os clientes parecem estar mais conscientes para a necessidade de identificação de alimentos de uma forma clara e sem erros, e as soluções de etiquetagem da Brother são uma forma de o fazer sem grandes custos”, nota. UM PROCESSO WIN-WIN “O setor alimentar e canal Horeca são apostas fortes para a Brother e, como tal, disponibilizamos diversos equipamentos dedicados e com funcionalidades especificas para a impressão de etiquetas HACCP e de identificação alimentar. Estando presentes nesta feira, temos a oportunidade de apresentar toda a nossa gama de soluções para estes setores, incluindo as últimas novidades”, destaca João Diniz. “O contacto direto com o cliente final permite-nos entender as suas necessidades e adaptar as nossas soluções às mesmas. Por vezes é o cliente que
10 nos pede ajuda em como melhorar os seus processos de identificação alimentar. Tudo isto é uma mais-valia para a Brother, pois torna-se um processo win-win”. Entre as novidades apresentadas durante o evento, João Diniz destaca “as impressoras de etiquetas Térmicas Diretas de 2” – TD2D, uma gama que sofreu um refresh em termos de design e funcionalidades. Incorporámos nesta família modelos com painel tátil a cores e teclado (até agora disponíveis apenas nos nossos equipamentos de impressão A4), o que facilita a utilização dos equipamentos de forma autónoma”. Destaque ainda para os equipamentos Linerless nas famílias de impressoras de etiquetas Térmicas Diretas de 2 e 4” (TD2D e TD4D). “Estas impressoras utilizam rolo contínuo de etiquetas térmicas que não têm papel de suporte (liner). São equipamentos com uma tecnologia mais ecológica, que evita o desperdício de papel e aumenta a produtividade do negócio, uma vez que cada rolo linerless tem aproximadamente mais 40% de etiqueta que um rolo de etiquetas normal (com liner)”. Ao longo de 2025, a Brother pretende reforçar a gama de impressoras de etiquetas industriais de Transferência Térmica (TJ) de 4” com modelos RFID - “a impressão de etiquetas RFID permite, entre várias opções, um rastreamento de bens e controlo de stock em tempo real”. Ainda dentro das impressoras industriais de etiquetas de Transferência Térmica (TJ), a marca vai lançar modelos de 6”, “estas mais dedicadas ao setor logístico (onde se integra a logística alimentar e HORECA), e que vão permitir aos clientes a impressão de etiquetas de paletes de formato A5”. MERCADO PORTUGUÊS E ESTRANGEIRO Élio Costantino, responsável pela Albipack, confessou estar bastante satisfeito com a participação na feira, onde aproveitaram para apresentar uma nova tecnologia. “Como inovação tecnológica trouxemos um novo sistema de inspeção de raio X, muito mais avançado face aos raio X normais de deteção de contaminantes. É uma inovação porque conseguimos detetar nos produtos alimentares, e não só, contaminantes como vidro, metal, madeira e bactérias”. A Xnext XSpectra foi desenvolvida para elevar os padrões de controlo e inspeção na indústria alimentar. Combinando eficiência, segurança e sustentabilidade, esta solução de inspeção espectral permite a deteção de contaminantes com uma “precisão sem precedentes”, garantindo a máxima qualidade e proteção dos produtos. “Temos muito boas expectativas não só para o mercado português, como para o estrangeiro”, confessou Élio Costantino. “É uma inovação tecnológica que nos colocou à frente dos nossos concorrentes” e que conquistou uma Menção Honrosa na Categoria Tecnology nos prémios LFA Innovation (ver caixa). A Hanna Instruments também aproveitou o evento para dar a conhecer algumas novidades, como o novo multiparâmetros HI98594, lançado no início do ano, “permite fazer a leitura de 14 parâmetros e onde a grande novidade é a conexão com a cloud e leitura de turvação na sonda”, explicou Hugo Cunha, técnico comercial da marca. “Temos estado a lançar a nova série de medidores de multiparâmetros de equipamentos para PH, da série 6000, um equipamento modular que pode ser adquirido com um dos parâmetros e, depois, serem acrescentados outros módulos conforme a necessidade. Inclui um novo sistema de interface”. A Hanna Instruments aproveitou a Lisbon Food Affair para dar a conhecer ao mercado da área alimentar alguns dos seus novos produtos, mas também Élio Costantino mostra a Xnext XSpectra, que conquistou uma Menção Honrosa na Categoria Tecnology nos Prémios LFA Innovation.
11 para fazer novos contactos. “Alguns produtos fazem sentido não só para os utilizadores, como para toda a cadeia de produção, desde a indústria à distribuição”. NOVIDADES PARA 2025 José Luís Pereira, food hygiene sales manager da Christeyns, também classifica a participação na Lisbon Food Affair como “extremamente positiva. Estabelecemos contactos valiosos que têm o potencial de se traduzir em grandes oportunidades de negócios. A nossa presença no evento teve também o objetivo de reforçar a nossa identidade e de dar a conhecer o nosso foco de atuação na indústria alimentar”. Quem visitou o stand da marca teve oportunidade de conhecer a tecnologia Loopix, “uma solução para a deteção de agentes patogénicos em superfícies no ambiente de processamento alimentar. Permite que as empresas mantenham padrões rigorosos de segurança alimentar e ajuda a evitar as consequências dispendiosas de recolha de produtos. Garantimos a qualidade e a confiança ao longo de todo o processo”. Mas esta não é a única novidade da Christeyns para 2025. “Estamos focados em continuar a investir na nossa inovação Loopix para atender às necessidades dos clientes. A nossa missão é garantir que continuemos a oferecer um serviço de excelência, enquanto avançamos na implementação de soluções inovadoras que impulsionem a transformação do setor”. Em conversa com Paulo Gaspar, co-founder e CEO da BrainR, ficámos a saber que, depois do setor da carne, a empresa começa a centrar atenções na área das bebidas, tendo já fechado um primeiro cliente. “Estamos a explorar outros verticais aos poucos”, confessou à iAlimentar Paulo Gaspar. Ainda assim, nos próximos seis meses, a empresa que criou um software de raiz para digitalizar e transformar a forma como a indústria alimentar gere as operações das fábricas vai estar focada nos países de língua portuguesa. “Estamos a fechar negócio em Moçambique, Angola e no Brasil”. Paulo Gaspar aproveitou para recordar o nascimento da BrainR, numa altura em que liderava o departamento de IT da Lusiaves. “Estava a perseguir a jornada de transformação digital do Grupo e fomos implementando um conjunto de soluções, digitalizando muitas partes do negócio e quando chegamos às fábricas, fui ao mercado O stand da Hanna Instruments. O stand da Christeyns.
12 ESTES SÃO OS VENCEDORES DO LFA INNOVATION 2025 A LFA – Lisbon Food Affair assume-se como um palco de inovação e lançamento de novos produtos, sendo o LFA Innovation um espaço dedicado à apresentação de produtos, serviços, equipamentos e soluções disruptivas lançados no mercado nacional. Com mais de 50 candidaturas, reflete o crescente compromisso do setor com soluções inovadoras. Coube ao júri, constituído pela FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, AHRESP – Associação da Hotelaria, APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, Inovcluster, Instituto Superior de Agronomia, Startup Lisboa, Sociedade Ponto Verde e às revistas técnicas do setor iAlimentar e Grande Consumo, analisar e eleger os vencedores e as menções honrosas em várias áreas. Categoria Food&Beverage • 1º lugar: Bananika Chips, da Loop Persuit • Menção Honrosa: Lingote de Bacalhau Lugrade, da Lugrade – Bacalhau de Coimbra • Menção Honrosa: Filetes de Atum, Um bilhete Postal em Aguarela, da Sociedade Conserveira Açoriana Categoria Technology • 1º lugar: O primeiro software de gestão de fábrica alimentar nativo na “cloud”, da BrainR • Menção Honrosa: Xnext Xspectra, da Albipack – Packaging Systems Solutions • Menção Honrosa: Gestão Inteligente de Consumo de Ingredientes, da ADECI Categoria Horeca • 1º lugar: Mindful Eating Placemat, da Curious Coton • Menção Honrosa: Loiça Profissional, da Churchill. procurar as melhores soluções, mas eram muito antigas, difíceis de usar”. Isto em 2019. “Queria muito melhor para as minhas pessoas”, confessou. A solução que encontrou foi colocar mãos à obra. “Juntei uma equipa dentro da equipa de IT da Lusiaves e começámos a construir o produto. Há um ano tivemos o spinoff e criámos uma empresa independente”. A inovação também está bem presente no espírito do Grupo Bensaude, que marcou presença na Lisbon Food Affair juntamente com a comitiva da marca Açores. “Somos o maior grupo económico dos Açores e temos a responsabilidade de preservar e inovar com tudo o que é matéria prima e o receituário das ilhas”, revelou à iAlimentar Miguel Furtado, diretor geral da Retailor, que faz parte do Grupo. “Somos o distribuidor exclusivo das marcas MPD (a empresa da Bensaude distribuição) que cria as receitas e faz o desenvolvimento dos novos produtos”. Uma das unidades de negócio é a distribuição e é através dela que foi criada uma empresa “que está a desenvolver marcas e a tentar recuperar receitas para preservar algum do receituário que é típico dos Açores”. Na Lisbon Food Affair, o objetivo passou por “mostrar tudo o que temos, a forma como inovamos algumas receitas, com uma roupagem diferente, ou incutindo valor acrescentado pela embalagem e rotulagem. Aqui é o sítio certo para mostrarmos o que produzimos e dar a conhecer a nossa empresa, que tem esses produtos disponíveis para todos os canais”. E se até agora o conceito tem sido sustentado na venda de produtos com matéria prima dos Açores, a MPD caminha para uma nova fase. “Estamos a criar uma nova equipa para trabalhar os produtos e desenvolver novidades. Algo novo, mas sempre com raiz nos Açores”.
13 E se era impossível deixar de reparar no stand da comitiva dos Açores, já a Frigicoll resolveu apostar forte em dois showcooking, logo à entrada do recinto, para dar a conhecer os seus produtos estrela, com destaque para o Oracle, da Lainox. “É um forno de aceleração que tem despertado o interesse dos visitantes e que ficam impressionados com a sua velocidade e tecnologia”, revelou Tiago César, responsável pela área de vendas na área de hotelaria da Frigicol. “Permite tostar por fora e manter o interior frio, como numa tosta de salmão com rúcula. O exterior fica tostado e o interior permanece intacto. Desde o ano passado que o mercado português acordou para este produto”, nota. Com o foco na captação de contactos, Tiago César revela que a estratégia de criar o “kitchen triatlo, em que mostramos três equipamentos multifuncionais”, deu resultado, já que “conseguimos mostrar tudo o que se faz dentro de uma cozinha profissional”. n A equipa da MPD Distribuição, do Grupo Bensaude. 707 91 21 00 ontimelogistica.pt Courier I ADR I Distribuição Urbana P&P (Parcel & Pallet) Importação e Exportação I Temperatura ambiente e controlada FTL & SSDD E-commerce I Industrial I Grande Consumo Pharma I Frio I APQ Logística Rodoviário I Ferroviário I Aéreo I Marítimo Multimodal Se quer chegar longe, acompanhe-nos
14 ESTUDO ProVeg estuda os perfis nutricionais dos produtos de origem vegetal De acordo com um estudo da ProVeg International, realizado em 11 países (Bélgica, República Checa, Alemanha, Itália, Malásia, Países Baixos, Polónia, África do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos), o perfil nutricional dos produtos à base de plantas é geralmente “melhor do que o dos seus equivalentes de origem animal” e as propriedades nutricionais dos leites à base de plantas “são semelhantes às do leite de vaca”. ALTERNATIVAS AOS PRODUTOS À BASE DE CARNE DE ORIGEM ANIMAL Foram analisadas 40 alternativas aos produtos à base de carne em Espanha (422 produtos em todo o mundo) e este é o terceiro país com a pontuação mais elevada para as carnes vegetais, com uma média de 5,78. Como referência, a carne de origem animal obteve uma pontuação de 4,50 de acordo com as mesmas diretrizes. Para obter estas classificações, a ProVeg avaliou os produtos utilizando um sistema de pontuação baseado em diretrizes nutricionais reconhecidas internacionalmente: o Modelo de Perfil de Nutrientes (NPM)2 da OMS, o Centro de Nutrição dos Países Baixos e a legislação da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) sobre alegações nutricionais. Em Espanha, os hambúrgueres e os peitos de frango de origem vegetal são os produtos que apresentam um desempenho particularmente melhor do que os seus homólogos de origem animal.
15 ESTUDO No geral, as alternativas à base de plantas têm menos gordura saturada e muito mais fibra do que as suas contrapartes de origem animal, segundo o estudo. Em Espanha, em particular, as alternativas vegetais à carne contêm, em média, uma quantidade elevada de fibras: 5,5 g por 100 g de produto, “pelo que podem ser consideradas produtos fonte de fibras”, afirma a ProVeg. Em termos de gorduras saturadas, 63% das carnes de origem vegetal analisadas contêm menos gorduras saturadas do que o limite de 2,5 g por 100 g, mesmo assim, estão abaixo da média dos produtos de carne de origem animal, que têm quase 7 g de gorduras saturadas por 100 g. Além disso, em termos de fortificação, a Espanha é um dos poucos países em que uma boa quantidade de produtos à base de plantas é fortificada com vitamina B12 e ferro. Quarenta e três por cento dos produtos são fortificados com vitamina B12 e 48% com ferro. Em termos de teor de sal, o ingrediente pelo qual as alternativas à carne à base de vegetais são mais criticadas, mais de 50% dos produtos analisados cumprem o limite máximo de 1,1 g de sal Pontuação total média para alternativas à carne de origem vegetal e produtos à base de carne de origem animal. *Valor nutricional médio dos produtos de origem animal da Central de Dados Alimentares do USDA e da Base de Dados de Composição de Alimentos do Reino Unido. Pontuação média das alternativas à carne de origem vegetal e dos produtos à base de carne de origem animal: A) Hambúrgueres, B) Peito de frango. *Valor nutricional médio dos produtos de origem animal da USDA Food Data Central e da UK Food Composition Database. Teor médio total de gordura saturada por 100 g em alternativas à carne vegetal e produtos à base de carne de origem animal. *Valor nutricional médio dos produtos de origem animal da USDA Food Data Central e da UK Food Composition Database.
16 ESTUDO por 100 g, o que faz de Espanha um dos países mais bem posicionados neste aspeto. Em conclusão, em Espanha, as alternativas à base de plantas tiveram, em média, um melhor desempenho do que as suas contrapartes de origem animal, graças à elevada quantidade de fibras, proteínas e fortificação com vitamina B12 e ferro. Por outro lado, há margem para melhorias através da redução do teor de sal e de gorduras saturadas. ALTERNATIVAS AO LEITE DE VACA Quanto às alternativas ao leite de vaca à base de plantas, foram analisados 17 produtos em Espanha (251 em todo o estudo) e a pontuação média de todas as variantes à base de plantas é de 6,1, semelhante à do leite de vaca no Reino Unido, com uma pontuação de 6, mas inferior à do leite de vaca nos EUA, com uma pontuação de 7. As principais razões para esta discrepância são a falta de fortificação de alguns micronutrientes e a grande diferença na quantidade de proteínas, dependendo do tipo de leite à base de plantas. No geral, os leites vegetais contêm menos gordura total e menos gordura saturada do que o leite de vaca. Os leites vegetais em Espanha, e nos outros países analisados, destacam-se pelo seu baixo teor de gordura saturada, com um teor médio de 0,3 g por 100 g, em comparação com os 1,5 g de gordura saturada contidos no leite de vaca. Se procura um substituto direto para o leite de vaca, o leite de soja é o mais indicado, tendo ambos a mesma pontuação em Espanha e melhores pontuações na maioria dos outros países. O leite de soja contém naturalmente uma quantidade de proteína semelhante (3 g em média) ao leite de vaca e tem uma elevada qualidade proteica, comparável à proteína animal. Quando o leite de soja tem baixo teor de açúcar e é fortificado com vitaminas B2 (riboflavina), D, B12 e cálcio, tem um desempenho melhor do que o leite de vaca, graças ao seu teor naturalmente elevado de proteínas e baixos níveis de gordura saturada. No que diz respeito à fortificação dos leites vegetais, razão pela qual a sua pontuação média não é tão elevada, Espanha encontra-se entre os países com maior margem para melhorias. Ainda assim, mais de 76% dos leites vegetais são fortificados com vitamina D e 65% com cálcio, mas apenas 35% são fortificados com vitamina B12 e 18% com vitamina B2. O açúcar é normalmente o principal nutriente de preocupação quando se trata de leites à base de plantas e em Espanha, em média, os leites à base de plantas contêm 2,4 g de açúcar por 100 g de produto, o que é mais elevado do que noutros países. No entanto, é importante mencionar que o leite de vaca contém lactose, que é um açúcar: em 100 ml de leite de vaca há 4,8 g de lactose, o que o torna uma bebida açucarada. Pontuação total média para alternativas lácteas à base de plantas e leite de vaca dos EUA e do Reino Unido. *Valor nutricional médio dos produtos de origem animal da USDA Food Data Central e da UK Food Composition Database. Pontuação total média para leite de soja e leite de vaca à base de plantas. *Valor nutricional médio dos produtos de origem animal da USDA Food Data Central e da UK Food Composition Database.
De acordo com o estudo, estes produtos têm perfis nutricionais “semelhantes ou melhores” do que os alimentos de origem animal 17 ESTUDO “O nosso relatório destaca os atuais pontos fortes e limitações dos produtos à base de plantas, o que permitirá às partes interessadas, como a indústria e os governos, melhorar ainda mais a oferta desses produtos nos supermercados dos seus países. Dietas mais baseadas em vegetais são uma forma comprovada de reduzir doenças relacionadas ao estilo de vida e ajudar a combater as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade”, diz Valentina Gallani, chefe de saúde e nutrição da ProVeg. “O relatório destaca o grande potencial das alternativas à base de plantas para trazer mais diversidade aos pratos das pessoas e substituir as enormes quantidades de produtos de origem animal que atualmente dominam as prateleiras dos supermercados. As proteínas de origem vegetal podem colmatar a lacuna entre os atuais hábitos alimentares das pessoas e uma dieta saudável e amiga do ambiente”, afirma Anna-Lena Klapp, coautora do relatório e Diretora de Investigação da ProVeg. PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES DO RELATÓRIO • Para os produtores: formular produtos que contribuam para dietas saudáveis e sustentáveis, limitar ingredientes preocupantes como o sal e o açúcar, e fortificar os produtos à base de plantas com micronutrientes específicos. • Para os retalhistas: garantir que os produtos à base de plantas não sejam mais caros do que os seus equivalentes de origem animal e reformular o ambiente em que são feitas as escolhas alimentares. • Para os governos: fornecer diretrizes nacionais para alternativas à base de plantas que possam ajudar os fabricantes a desenvolver produtos saudáveis e sustentáveis. • Para os consumidores: seguir uma dieta mais rica em vegetais. As alternativas à base de plantas podem ser apreciadas como parte de uma dieta mais saudável e sustentável, mas deve reconhecer-se que estes produtos têm pontos fortes e limitações. Recomenda-se que se opte por produtos com menos açúcares adicionados, gorduras saturadas e sal. • Para a ciência e investigação: investigar os efeitos a longo prazo para a saúde das proteínas de origem vegetal, avaliar o papel da fortificação e explorar técnicas para reduzir o sal, mantendo o bom gosto. n
18 EMBALAGENS PPWR introduz mudanças significativas no mercado europeu da embalagem No dia 22 de janeiro de 2025, foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia o Regulamento Europeu de Embalagens e Resíduos de Embalagens (PPWR). Este regulamento, em vigor desde 11 de fevereiro, substitui a anterior Diretiva de Embalagens e Resíduos de Embalagens e terá aplicação geral a partir de 12 de agosto de 2026. Algumas disposições, no entanto, terão prazos de transição mais longos. O PPWR estabelece um quadro jurídico harmonizado para embalagens, visando evitar barreiras comerciais e distorções de concorrência na UE, além de prevenir e reduzir os impactos ambientais e na saúde humana causados pelas embalagens e os seus resíduos. O regulamento aborda três problemas principais: o aumento dos resíduos de embalagens, dificuldades na reciclabilidade de materiais e a necessidade de incorporar conteúdo reciclado em novos produtos. PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS • Substâncias químicas: Regras mais rigorosas para substâncias químicas nas embalagens. Está proibida a presença de determinados níveis de PFAS em embalagens para alimentos. • Reciclabilidade: As embalagens serão classificadas de acordo com a sua reciclabilidade (de A a C). A partir de 2030, as embalagens deverão conter conteúdo reciclado mínimo, dependendo do tipo de material. • Conteúdo reciclado: Metas ambiciosas para o uso de materiais reciclados, especialmente em plásticos, com taxas de responsabilidade ajustadas em função do conteúdo reciclado. • Compostabilidade: Algumas embalagens, como saquetas de chá e etiquetas adesivas de frutas, deverão ser compostáveis. Outras deverão ser recicláveis química ou mecanicamente. • Redução de resíduos: O peso e volume das embalagens devem ser reduzidos ao mínimo necessário. Embalagens supérfluas e algumas de uso único serão proibidas. • Reutilização: Metas obrigatórias de reutilização ou recarga de embalagens para operadores económicos, incluindo plataformas de e-commerce. • Rotulagem harmonizada: As embalagens deverão incluir rótulos padronizados com informações sobre composição, reutilização e conteúdo reciclado. • Responsabilidade Alargada do Produtor (EPR): Os produtores devem registar-se e reportar os tipos e quantidades de embalagens colocadas no mercado. Em suma, o novo Regulamento representa um desafio significativo para as empresas, exigindo auditorias aos fornecedores, reavaliação de design e transição para materiais mais sustentáveis. Apesar do aumento nos custos de conformidade, a regulamentação também oferece oportunidades para inovação e sustentabilidade no setor de embalagens. n
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ENTREVISTA 20 COMO A RTSF CITY HT ESTÁ A REDEFINIR A INDÚSTRIA COM EFICIÊNCIA, SUSTENTABILIDADE E PREÇO Pedro Fernandes, diretor comercial da Trane, explica como a bomba de calor de alta temperatura está a conquistar a indústria e a descarbonizar fábricas com uma eficiência difícil de ignorar. Sónia Ramalho Num mundo onde a sustentabilidade deixou de ser um ‘bónus’ e passou a ser uma exigência, a RTSF City HT surge como uma peça-chave na transformação energética da indústria. “É uma bomba de calor de alta temperatura que se destaca por várias características, tornando-a uma escolha popular”, afirma Pedro Fernandes, diretor comercial da Trane. Entre elas? A capacidade de produzir água quente até 110°C. Compacta, poderosa e amiga do ambiente, esta nova geração de bombas de calor está já a substituir caldeiras a gás em várias unidades industriais. “O design compacto da RTSF City HT permite que seja instalada em espaços reduzidos. Foi projetada de forma compacta, com 2.3m por 0.9m de base de assentamento, para oferecer alta eficiência energética, o que resulta em menores custos operacionais e uma pegada de carbono reduzida”. A alta eficiência energética ajuda a reduzir os custos operacionais e o impacto ambiental, o que é importante num contexto onde a sustentabilidade e a economia de energia são prioridades. “É uma solução economicamente interessante para instalar em centrais onde exista a necessidade de produzir água quente, substituindo ou complementando centrais com produção a gás com cal-
ENTREVISTA 21 deiras”, refere Pedro Fernandes. “Poucas são as unidades com a capacidade de produzir água a 110°C, entrando num mercado muito interessante que é o da descarbonização industrial”. Em causa está uma tecnologia capaz de impulsionar a descarbonização de processos industriais, algo cada vez mais urgente no atual contexto climático e energético. “Estas unidades podem substituir caldeiras, tendo um impacto muito positivo na descarbonização, uma vez que o cliente desliga a caldeira ou reduz substancialmente a produção por queima de gás. Por experiência própria em território nacional com a RTSF City Standard, o consumo de gás reduz-se drasticamente e os custos para o cliente baixam imenso, tendo retornos de investimento em alguns casos inferiores a um ano”, reforça Pedro Fernandes. A unidade pode ser integrada com fontes de energia renováveis, como painéis solares. Ao utilizar energia renovável para operar a bomba de calor, as emissões de carbono podem ser reduzidas, uma vez que essas fontes de energia não produzem emissões de CO2 durante a geração de eletricidade. Além das emissões diretas de carbono, “a RTSF City HT ajuda a reduzir as emissões indiretas associadas à produção e transporte de combustíveis fósseis. Menor produção com esses combustíveis resulta em menos emissões ao longo de toda a cadeia de fornecimento do produto”, explica. “Temos clientes que alugam estas unidades, da nossa frota de Rental, para baixar os custos de exploração na produção de água quente”. Preço revolucionário Apesar de existir tecnologia semelhante no mercado, a atingir temperaturas acima dos 80°C, Pedro Fernandes garante que a RTSF City HT se distingue por um fator essencial: o preço. “A questão tem a ver com a economia de escala vinda do aumento do número de unidades produzidas. A Trane tem tido grande sucesso na venda da gama a RTSF City Standard, a qual atinge os 85°C, e conseguimos otimizar a produção, que faz parte do amadurecimento produtivo de um equipamento”. Já a RTSF City HT “partilha vários componentes com esta unidade, toda a estrutura, permutadores, controlo, ou seja, uma série de componentes que levam a que as unidades sejam produzidas na mesma linha, diferindo o compressor, esse sim a grande diferença. Desta forma, o preço face à nossa outra gama baixou para metade”. Um trunfo para a indústria alimentar A versatilidade da RTSF City HT torna-a útil para setores com elevadas exigências térmicas, como a indústria alimentar. “Grande parte das fábricas tem de ter água quente ou mesmo muito quente. Diria que a produção de frio e quente são um lugar-comum na indústria alimentar. Por exemplo, na indústria láctea, onde se tem de fazer a pasteurização, a unidade RTSF City HT consegue produzir água fria e quente para o arrefecimento e aquecimento desse processo, de forma simultânea”, explica. “Podemos até com a mesma unidade que arrefece, recuperar a fonte menos quente para o RTSF City HT de forma gratuita. Asseguramos todo o processo de pasteurização e eletrificado sem recurso a gás, logo a eficiência energética leva a uma redução nos custos operacionais a longo prazo”. Mas não se fica por aqui. “Na indústria de aves, a água quente é utilizada para eliminar penas e limpar patas. Nos matadouros, é necessário escaldar suínos. O consumo de água quente é significativo, com mais de 80% da água a ser usada para limpeza e lavagem das carcaças.” E o futuro? Equipamentos mais pequenos e mais acessíveis A Trane não está apenas a olhar para os grandes players da indústria. “Estamos a fazer forte investimento nos contentores frigoríficos. Adicionalmente aos tradicionais 20 e 40 pés, lançámos contentores pequenos que cabem num camião ‘normal’, sem ter a galera especifica para contentores. Com isto, podemos ajudar com um preço mais baixos negócios pequenos ou onde a necessidade de um contentor grande não seja necessária”. n A versatilidade da RTSF City HT torna-a útil para setores com elevadas exigências térmicas, como a indústria alimentar
22 OS DESAFIOS DA LOGISTICA ALIMENTAR Eficiência e sustentabilidade: a estratégia logística da ALDI Portugal para o futuro A inauguração do novo Centro de Distribuição de Valongo serviu de mote para uma conversa com André Fradinho, managing director supply chain management da ALDI Portugal, que tem apostado forte na inovação. Exemplo disso é o novo sistema de aprovisionamento, que incorpora modelos de machine learning e que representa uma transformação profunda na cadeia de abastecimento da marca que prevê, para 2025, a abertura de, pelo menos, mais 10 lojas em Portugal. Sónia Ramalho Nos últimos anos, a logística tem assumido um papel central na competitividade do setor alimentar e a ALDI Portugal não é exceção. Com um forte compromisso com a inovação e a sustentabilidade, a insígnia alemã tem investido significativamente na otimização da sua cadeia de abastecimento, refletindo-se na abertura do novo Centro de Distribuição de Valongo e na implementação de tecnologias avançadas. Com uma área total de 16 mil m2, dos quais 1.700 m2 são de frio positivo, e 21 cais de cargas e descargas, o novo Centro de Distribuição foi projetado para abastecer mais de 70 lojas, reforçando a capacidade logística da empresa, especialmente no norte do país. "Este novo centro representa um marco na sustentabilidade e eficiência operacional da ALDI Portugal, contribuindo significativamente para a otimização de custos, bem como para a redução da nossa pegada ambiental, possibilitando-nos, simultaneamente, garantir a excelência no processo de abastecimento e reforçar o nosso compromisso contínuo com um futuro mais sustentável”, explicou à iAlimentar André Fradinho, managing director supply chain management da ALDI Portugal. “Esta infraestrutura foi projetada de acordo com as melhoras práticas Dotado de tecnologias avançadas, o novo Centro de Distribuição de Valongo foi projetado para apoiar a expansão da insígnia e tem capacidade para abastecer mais de 70 lojas.
23 OS DESAFIOS DA LOGISTICA ALIMENTAR ambientais, incorporando tecnologia de ponta e certificação BREEAM, que permitem alcançar uma maior eficiência energética e uma gestão mais sustentável de recursos, assegurando, ao mesmo tempo, a qualidade e a frescura que os clientes esperam dos nossos produtos”. Além de otimizar as operações de distribuição, a nova infraestrutura permite uma redução de mais de dois milhões de quilómetros percorridos anualmente pela frota da ALDI, traduzindo-se numa poupança superior a duas toneladas de CO2. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AUTOMAÇÃO AO SERVIÇO DA EFICIÊNCIA A modernização da cadeia de abastecimento da ALDI Portugal passa também pela implementação de soluções de inteligência artificial e automação. Entre os projetos de maior destaque está a otimização de rotas de transporte baseada em IA, que reduziu as distâncias percorridas e a frota necessária para a distribuição, aumentando a rapidez e a eficiência logística. “O nosso primeiro grande projeto foi integrado na gestão de transportes, onde implementámos um sistema de otimização de rotas baseado em IA e análise multivariável. Este permitiu-nos reduzir não só as distâncias percorridas, mas a frota alocada à distribuição, melhorando a rapidez e a qualidade da resposta logística às nossas lojas”. Recentemente, a empresa implementou um novo sistema de aprovisionamento, que incorpora modelos de machine learning baseados em redes neurais, constituído por algoritmos capazes de analisar grandes volumes de dados face ao sistema que existia anteriormente, o que possibilita uma previsão de consumo muito mais precisa. “Com este novo sistema, conseguimos agora identificar correlações complexas na procura dos nossos artigos, que sejam motivadas pelo planeamento promocional, por variações sazonais do próprio SKU ou mesmo por fatores externos (por exemplo, condições atmosféricas)”, explica André Fradinho. IMPACTO DA LOGÍSTICA NA ESTRATÉGIA DE EXPANSÃO A eficiência logística está no centro da estratégia de crescimento da marca. Com a previsão de abertura de, pelo menos, mais de 10 novas lojas até 2025, especialmente na região Norte, o novo Centro de Distribuição de Valongo será um pilar fundamental para assegurar a rapidez e eficácia no abastecimento, mantendo a frescura dos produtos e a competitividade dos preços. Apesar do crescimento contínuo, a insígnia não prevê, para já, a abertura de novos centros de distribuição em Portugal além dos já existentes em Valongo e na Moita. "O nosso plano de expansão está projetado para chegar às 200 lojas num futuro próximo, mantendo o ritmo de crescimento constante que tem marcado a nossa atuação nos últimos anos”. Com uma estratégia assente na eficiência e na inovação, a ALDI Portugal continua a redefinir a logística alimentar no país. A aposta em tecnologias avançadas, a redução do impacto ambiental e a otimização da cadeia de abastecimento são pilares fundamentais para um crescimento sustentável. “A implementação destes projetos representa uma transformação profunda na gestão da nossa cadeia de abastecimento, garantindo uma maior disponibilidade de produtos, a redução de desperdícios e a possibilidade de operarmos com uma eficiência sem precedentes na história da nossa organização”. n André Fradinho, managing director supply chain management da ALDI Portugal.
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