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43 VINHO: PROCESSAMENTO E EMBALAGEM que temmétodos de vinificação que o tornam único no mundo do vinho. E esse resultado representa “uma grande inovação, sobretudo para as uvas que compramos aos nossos viticultores, que são uma percentagem significativa”. Mas importa dizer que para os topos de gama, isto é, os vintages, a empresa ainda utiliza a tecnologia tradicional, com “a centenária pisa a pé”, explica Ana Margarida Morgado, o que permite obter vinhos com maior complexidade e longevidade. Não obstante, a holding com negócios no vinho do Porto, turismo e distribuição tem vindo a adaptar essa tecnologia tradicional à realidade atual, “que é sobretudo influenciada pela falta de mão-de- -obra” e também “por um grande aumento de custos”. Já o grosso da produção, ou seja, as uvas compradas aos lavradores que fornecemas casas da Fladgate (“alguns há gerações”, como comenta a relações públicas) processa-se com a nova tecnologia de vinificação desenvolvida pela empresa, monitorizando e controlando aspetos modernos de um vinho “que tem especificidades”. Como precisar apenas de três dias de fermentação, o que “é muito diferente dos vinhos de mesa, que têm um período de vinificação alargado”. Face às necessidades de vinificação do vinho do Porto, esta tecnologia permite, “em pouco tempo, (os três dias de extração que temos), extrair a cor e os aromas de uma maneira gentil, mas intensa”, para que não haja extração de componentes que não se pretendem, e replicando “muito aquilo que é feito com a pisa a pé”. E também foi colocado “todo um controlo de temperatura, que nos lagares não existe”, indica Ana Margarida Morgado. Considerada, em 2003, a melhor empresa de vinhos europeia graças ao desenvolvimento de nova tecnologia para produção de vinhos do Porto de gama alta (as categorias especiais, “de elevada qualidade e elevado preço”), o grupo com origem na fundação da Taylor’s, em 1692, aposta numa extração rápida de cor e aromas que permite “fazer vinhos de guarda semque sejam bombas de fruta que, ao fim de duas ou três anos, morrem” - ou seja, vinhos com longevidade, para envelhecer. NOVOS VINHOS INOVAM Em termos de vinificação, é ainda importante sublinhar o desenvolvimento de novos vinhos do Porto, sobretudo pela Taylor’s. De resto, todas as casas da Fladgate “têm no seu ADN a inovação, a todos os níveis, mas sobretudo na criação de novos vinhos do Porto”. E entre as novas criações está a aposta na viticultura sustentável praticada pela Casa Fonseca, a primeira a produzir um vinho do Porto certificado, inteiramente feito a partir de uvas de produção biológica, em 2006. Dois anos depois a empresa produzia o primeiro vinho do Porto Rosé, com a Croft. Estas produções implicaram o desenvolvimento de novas tecnologias de vinificação, nomeadamente do vinho do Porto Rosé, introduzindo-se uma tecnologia com semelhanças à produção de vinho branco, explica Ana Margarida Morgado. E obrigaram à construção de uma adega completamente nova. Tanto no caso do “Croft Pink”, como do “Terra Prima Organic Port”, da Fonseca, houve necessidade de desenvolver aguardentes vínicas específicas. Para o vinho do Porto rosé, a empresa criou uma aguardente adaptada a este vinho delicado em cor e aroma, muito fina e elegante, o que obrigou a umprocesso bastante afinado. Para o vinho do porto biológico utiliza uma aguardente bioOs dois produtos lançados em formato lata – Taylor’s Chip Dry & Tonic e Croft Pink & Tonic – “fizeram-nos sair um pouco da nossa zona de conforto, já que nunca tínhamos feito enlatamento”, observa Ana Margarida Morgado.

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