29 LOGÍSTICA cendo a sua ação em todas as fases da cadeia alimentar, quais as principais peculiaridades e dificuldades do setor. A indústria alimentar apresenta caraterísticas muito particulares, e “tem uma importância extraordinária no setor agroalimentar com forte impacto na economia nacional. Temuma participação robusta no VAB (valor acrescentado bruto), sendo que se incluirmos toda a cadeia de valor até ao comércio por grosso e retalho chega quase a 10%. Igualmente importante o peso das exportações do setor agroalimentar (cerca de 10,5% do total) refletindo- -se o seu contributo em cerca de 3% do PIB”, conforme explica Filipa Melo de Vasconcelos, Subinspetora-Geral da ASAE. Para compreender melhor de que forma a intralogística e logística no setor alimentar são fiscalizadas, questionámos a entidade fiscalizadora sobre o seu papel na cadeia de valor do setor. Explica que “neste contexto, a ASAE pela sua missão orgânica em toda a cadeia alimentar acompanha toda a cadeia de valor desde a produção, passando pela transformação, transporte, armazenamento até ao consumo”. Da produção alimentar ao consumo, a ASAE realiza ações de fiscalização na fábrica, no momento do transporte e no ponto de venda/consumo. A ASAE tem uma atuação baseada no risco e em toda a cadeia alimentar, “apesar do atual paradigma estar em mudança com as questões relacionadas com a segurança nutricional parecerem, de certa forma, sobrepor- -se às questões relacionadas com a segurança dos alimentos, importa realçar a relevância do enorme trabalho efetuado nos últimos anos no âmbito do controlo oficial, nomeadamente ao nível da verificação do cumprimento dos critérios de segurança aplicáveis aos alimentos ao longo de toda a cadeia, os quais, por sua vez, a garantem a saúde pública dos consumidores”. No âmbito das suas competências, a ASAE procede a dezenas de milhares de inspeções a operadores do setor alimentar, para verificação do cumprimento das regras higio-sanitárias aplicáveis, entre outras, procedendo ainda à colheita de amostras que são analisadas no seu próprio Laboratório de Segurança Alimentar (LSA). No âmbito do Plano Nacional de Colheita de Amostras (PNCA)1, são colhidas amostras de géneros alimentícios que se encontram no mercado à disposição do consumidor, e sujeitas às mais diversas determinações analíticas pelo LSA, para verificação do cumprimento de critérios de segurança aplicáveis, bem como outros requisitos legais a que estão sujeitos, nomeadamente, ao nível das práticas leais de informação e proteção dos direitos do consumidor. PORTUGAL E OS IMPACTOS DA PANDEMIA O setor logístico emPortugal temuma amplitude muito grande em termos de setores onde atua. Desta forma, os impactos da pandemia atingiram o setor de forma distinta consoante a área a que cada empresa se dedica. Segundo afirma Vítor Figueiredo, Presidente do Conselho Diretivo da APOL, “de uma maneira geral, existem fatores que foram comuns a todos os setores como foi uma incerteza muito grande na gestão do risco de um setor que, ao contrário de muitos outros, não poderia parar”. As adversidades causadas pela pandemia vieram obrigar as empresas de logística a uma rápida adaptação, tendo sido necessária uma grande agilidade e resiliência para que as cadeias de distribuição continuassem em desenvolvimento, tal como explica Vítor Figueiredo. Acrescenta ainda que, “de umponto de vista de gestão de recursos humanos, foi necessário criar redundância de equipas operacionais comvista a poder São colhidas pela ASAE amostras de géneros alimentícios que se encontram no mercado à disposição do consumidor.
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