BF4 - iAlimentar

24 CARNE de determinar os melhores protocolos de imunocastração adequados ao porco bísaro, raça com particularidades específicas. Foram efetuados vários ensaios de campo, nos segmentos de machos jovens e em reprodutores de refugo (machos e fêmeas), seguidos de análises à qualidade das carcaças e carne, por forma a confirmar a validade da imunocastração como alternativa à castração cirúrgica e ainda como método de valorização das carcaças dos animais de refugo. Foram ainda produzidos e analisados produtos de salsicharia, importantes na valorização desta cadeia de valorização dos produtos provenientes desta raça autóctone. Segundo a UTAD, alguns dos protocolos de imunocastraçãopropostos revelaram- -se como uma alternativa à castração cirúrgica, adaptada à raça bísara e ao seu sistema particular de produção. PRESERVAR A QUALIDADE NA CARNE AROUQUESA A Carne Arouquesa-DOP é conhecida por uma excelente qualidade organolética, que está estreitamente ligada à sua origemcomo raça e à sua forma de criação no tipo ‘semi-extensivo tradicional’. Este sistema de produção está fortemente dependente dos recursos naturais, o que condiciona a uniformidade das carcaças. Este problema pode ser solucionado pela realização de uma dieta específica para as necessidades destes animais. Resultante da parceria entre a UTAD, a ANCRA – Associação Nacional dos Criadores da Raça Arouquesa, o Carnarouquesa - Agrupamento Produtores Bovinos Raça Arouquesa CRL, a Cevargado Alimentos Compostos Lda. e os produtores António Manuel Cardoso de Azevedo, Fernando António de Jesus Moreira e Nelson da Silva Valente, o projeto pretende elaborar um suplemento adequado às necessidades dos vitelos e incorporar procedimentos mais inovadores, com base em novas tecnologias, a nível da cadeia produtiva da Carne Arouquesa-DOP. Assim, espera-se cumprir o objetivo de reduzir a variabilidade das carcaças, preservar a qualidade da carne e melhorar a sustentabilidade do sistema de produção da Raça Arouquesa. A planificação e execução do projeto teve uma estruturação em tarefas, iniciando-se a nível das explorações com a recolha de amostras dos alimentos nas explorações e subsequente determinação da composição química e do valor nutricional dos alimentos para poder ser realizada a adequada formulação e produção do novo suplemento. A testagem do novo suplemento foi realizada através da constituição de cinco grupos de vitelos machos, representativos das principais condições existentes no sistema de produção. Os animais foram acompanhados durante o período de teste com final aos 9 ou 12 meses de idade de forma a determinar índices de conversão, curvas de crescimento, avaliação da conformação, condição corporal antes do abate e do bem-estar no transporte para matadouro. Nesta fase, também foi verificada a utilização de procedimentosmenos invasivos para os animais e aplicação de novas tecnologias de imagem para avaliação dos diferentes parâmetros. A avaliação do efeito do novo suplemento na qualidade da carcaça e caraterísticas da carne foi realizada através das seguintes análises às amostras de carne: caraterísticas histológicas, físico-químicas, organoléticas/sensoriais e nutricionais (composição química em teor de matéria seca, gordura, proteína, humidade e cinzas; teor de colesterol e perfil em ácidos gordos; teor em vitaminas e minerais; capacidade antioxidante e oxidação lipídica). Segundo Carlos Venâncio, coordenador do projeto, é de realçar a elaboração de um novo suplemento, com produção pela Cevargado Lda. em três apresentações distintas: iniciação, crescimento e acabamento. A disponibilidade deste suplemento é um importante contributo para a harmonização e equilíbrio da dieta fornecida aos vitelos para produção da Carne Arouquesa DOP. A incorporação desta ração de acordo com as necessidades do sistema tradicional evidenciou um incremento no peso vivo ao abate, ganho médio diário, área muscular lombar e gordura subcutânea na região lombar. Esta melhoria dos parâmetros produtivos não condicionou os parâmetros da qualidade da carne nem as suas especificações. A implementação de novas tecnologias como a ultrassonografia e a termografia confirmaram ser ferramentas fiáveis para determinar, respetivamente, os níveis de acabamento pela gordura subcutânea e possível alteração de bem-estar pelas flutuações de temperatura ocular em situações de contenção e transporte. n

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