44 DOSSIER AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E IA NAS CADEIAS DE PRODUÇÃO IA na indústria alimentar: entre o potencial transformador e os desafios da realidade Entre o potencial da tecnologia e os desafios da sua implementação, a inteligência artificial (IA) está a reconfigurar silenciosamente as fábricas do setor alimentar. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. Susana Marvão Vivemos um momento decisivo para que os produtores alimentares recorram à tecnologia como resposta a uma missão cada vez mais exigente: produzir alimentos mais saudáveis e apelativos para uma população mundial em crescimento, de forma resiliente, acessível, com o mínimo de desperdício e impacto ambiental. Da exploração agrícola à linha de fabrico, a inteligência artificial e o machine learning, advogam os especialistas, podem ajudar a alcançar estes objetivos, aumentando a eficiência, otimizando as cadeias de abastecimento e acelerando a investigação e desenvolvimento de novos produtos saudáveis. Um artigo da MIT Technology Review advoga que, na agricultura, a inteligência artificial já está a ajudar os agricultores a monitorizar o estado das culturas, a ajustar a aplicação de insumos e a tornar as colheitas mais precisas e eficientes. E que, em laboratório, a IA impulsiona experiências de edição genética que visam melhorar a resiliência das culturas e aumentar o valor nutricional dos ingredientes base. Já no universo dos alimentos processados, a tecnologia está a otimizar os custos de produção, a aperfeiçoar a textura e o sabor de produtos, como as proteínas alternativas e os snacks mais saudáveis, e a reforçar os processos de segurança alimentar. Mas, apesar do potencial, parece consensual entre os analistas que a adoção da inteligência artificial na indústria continua aquém das expectativas. A partilha de dados permanece limitada e as empresas ao longo da cadeia de valor apresentam necessidades e capacidades muito distintas. Faltam normas comuns e
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